No Dia de Corpus Christi é celebrado a eucaristia e, em Minas Gerais, a tradição de efeitar as ruas de várias cidades com tapetes de serragem se transformou ao longo dos anos em uma mistura de fé e mensagens de apoio. Neste ano, os desenhos coloridos homenagearam os profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia de COVID-19 e às vítimas da doença.
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História escrita com serragem
Segundo especialistas, os tapetes são uma espécie de homenagem à simbologia do sacramento da eucaristia. Os fiéis só podem pisar neles após a passagem do padre, portador da hóstia, que representa o corpo de Cristo. A tradição é muito comum em cidades como Ouro Preto, São João del-Rei, entre outras.
O Bispo ressalta que “neste momento de pandemia, precisamos da solidariedade, fraternidade e acabar com a indiferença com os pobres, sobretudo ter um diálogo claro em função da construção de uma sociedade justa.”
Geilson Dantas, de 51 anos, empresário e morador da cidade há 22 anos, disse que começou a fazer os tapetes em 2014. "Hoje, dou oficina aos jovens de como fazer os tapetes. Neste ano de 2021, quero trazer esta mensagem para as pessoas terem mais fé e esperança de que tudo isso vai passar.”
"Usei para fazer o tapete, serragem, areia, sal sendo eles todos produtos naturais e para fazer a moldura do tapete, este ano resolvi acrescentar casca desidratada de jabuticaba que é uma fruta tradicional de Sabará e que representa a saúde."
Distanciamento social
“Para não gerar aglomerações, os tapetes foram feitos por 15 pessoas, sendo divididos duas pessoas por cada tapete seguindo todas as medidas de distanciamento e proteção contra a COVID-19”, afirma Geilson Dantas.
A exposição dos tapetes atraiu visitantes de diversos lugares para Sabará. Tatiana Peron, de 39 anos, estava acompanhada da mãe, Lídia Peron, de 63 anos, disse ser a primeira vez a visitar os tapetes da cidade e ficaram encantadas. "Tudo muito organizado. As pessoas usando máscara, os tapetes são lindos, com detalhes precisos e passaram mensagens muito profundas e importantes para o momento que estamos vivendo.”
*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves