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Estado de Minas TRADIÇÃO

Tapetes de serragem homenageiam profissionais da saúde em Minas

Tradição de enfeitar as ruas de cidades mineiras durante o Corpus Christi misturou fé e mensagens de apoio às vítimas da COVID-19


03/06/2021 11:27 - atualizado 03/06/2021 14:10

Decoração dos tapetes de serragem homenageando vítimas da COVID-19 e os profissionais da saúde na Igreja de São José em Belo Horizonte(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Decoração dos tapetes de serragem homenageando vítimas da COVID-19 e os profissionais da saúde na Igreja de São José em Belo Horizonte (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
No Dia de Corpus Christi é celebrado a eucaristia e, em Minas Gerais, a tradição de efeitar as ruas de várias cidades com tapetes de serragem se transformou ao longo dos anos em uma mistura de fé e mensagens de apoio. Neste ano, os desenhos coloridos homenagearam os profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia de COVID-19 e às vítimas da doença.
 
Em Belo Horizonte, os tapetes foram feitos na entrada de algumas igrejas, como a de São José, no Centro da capital mineira, onde as mensagens transmitidas foram de apoio aos profissionais da saúde e conforto às famílias dos mortos durante a pandemia.
 
O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor, explicou que “ o Corpus Christi é uma festa de muitos séculos instituída na igreja para que os cristãos testemunhem em público a sua fé, porque a igreja nasce e vive da eucaristia que tem um selo, que é a oferta que Cristo faz de si.” 

História escrita com serragem 

Segundo especialistas, os tapetes são uma espécie de homenagem à simbologia do sacramento da eucaristia. Os fiéis só podem pisar neles após a passagem do padre, portador da hóstia, que representa o corpo de Cristo. A tradição é muito comum em cidades como Ouro Preto, São João del-Rei, entre outras. 
 
O Bispo ressalta que “neste momento de pandemia, precisamos da solidariedade, fraternidade e acabar com a indiferença com os pobres, sobretudo ter um diálogo claro em função da construção de uma sociedade justa.”
 
Tapete em Sabará feito por Geilson Dantas, escrito 'Vamos Vencer Esta Luta'(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Tapete em Sabará feito por Geilson Dantas, escrito 'Vamos Vencer Esta Luta' (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Em Sabará, foram feitos neste ano oito tapetes, sendo um deles de 80 metros quadrados, exposto no Centro da cidade, e que traz uma frase interessante: "Vamos Vencer Esta Luta”.

Geilson Dantas, de 51 anos, empresário e morador da cidade há 22 anos, disse que começou a fazer os tapetes em 2014. "Hoje, dou oficina aos jovens de como fazer os tapetes. Neste ano de 2021, quero trazer esta mensagem para as pessoas terem mais fé e esperança de que tudo isso vai passar.”
 
"Usei para fazer o tapete, serragem, areia, sal sendo eles todos produtos naturais e para fazer a moldura do tapete, este ano resolvi acrescentar casca desidratada de jabuticaba que é uma fruta tradicional de Sabará e que representa a saúde."

Distanciamento social

“Para não gerar aglomerações, os tapetes foram feitos por 15 pessoas, sendo divididos duas pessoas por cada tapete seguindo todas as medidas de distanciamento e proteção contra a COVID-19”, afirma Geilson Dantas.
 
A exposição dos tapetes atraiu visitantes de diversos lugares para Sabará. Tatiana Peron, de 39 anos, estava acompanhada da mãe, Lídia Peron, de 63 anos, disse ser a primeira vez a visitar os tapetes da cidade e ficaram encantadas. "Tudo muito organizado. As pessoas usando máscara, os tapetes são lindos, com detalhes precisos e passaram mensagens muito profundas e importantes para o momento que estamos vivendo.” 
 
Jovens fazem tapetes de serragem em torno do Santuário (foto: Santuário Arquidiocesano Santa Luzia/Divulgação)
Jovens fazem tapetes de serragem em torno do Santuário (foto: Santuário Arquidiocesano Santa Luzia/Divulgação)
Outro município que também fez os tradicionais tapetes foi Santa Luzia, na Grande BH, onde os jovens da Pastoral da Crisma foram os voluntários e criadores das artes de serragem em torno do Santuário Arquidiocesano de Santa Luzia.
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Rafael Alves


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