A professora de ensino superior de uma universidade privada, Letícia Birchal Domingues, 28 anos, que está grávida, reclamou que teve sua vacinação recusada na tarde desta sexta-feira (4/6) em um posto de saúde no Bairro São Lucas, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Ela pediu que fosse fornecido documento sobre a recusa e que teria sido respondida com rispidez por um profissional da saúde. Ao tentar gravar a situação, a Guarda Municipal e a Polícia Militar foram acionadas.
Letícia postou sua indignação em sua conta no Instagram, e enviou mensagem para vereadores da Câmara Municipal de BH. Segundo a professora: "hoje recusaram me vacinar contra a COVID com a Coronavac. Antes de tudo, é importante dizer que grávidas têm maior risco de complicações e mortes do que não-grávidas e que a Coronavac e a Pfizer podem ser aplicadas em grávidas."
A docente disse que se dirigiu ao posto indicado pela Prefeitura de Belo Horizonte, onde seriam aplicadas doses para "gestantes e puérperas de grupos prioritários" com Coronavac. "Fomos (ela e o marido) recebidos de forma ríspida pela enfermeira da triagem. Ela ligou diretamente para a chefia e disse que não aplicaria a vacina. O argumento é que professoras grávidas não podem ser vacinadas. Mostramos para ela a instrução da própria PBH, mas foi inútil", relatou.
Letícia diz que não houve insistência e que "apenas" pediu um documento registrando a recusa formal. "Ela (a servidora) não aceitou fazer o documento e chamou a Guarda Municipal e a Polícia Militar. Foi assim que fomos embora do posto, sem vacina, sem recusa formal e com forças repressoras a nosso caminho", reclamou.
O casal disse que se dirigiu ao posto seguindo instruções obtidas no site da prefeitura.
A prefeitura esclareceu que a professora não recebeu a vacina por não se enquadrar nos critérios determinados pelo Ministério da Saúde, e que no momento não estão sendo vacinadas grávidas sem comorbidades.
Em nota, a PBH alertou sobre a importância de os usuários ficarem atentos aos locais de vacinação, "já que por questões de logística os pontos são alterados frequentemente", e que os procedimentos de imunização são realizados "de acordo com orientações do Ministério da Saúde, e que estão sendo vacinadas contra a COVID-19 apenas as gestantes e puérperas COM COMORBIDADES ou que estejam especificadas pelo Ministério da Saúde, conforme Decreto nº 10.282, como trabalhadoras de serviços essenciais (desde que tenha a avaliação individual de risco benefício a realizada em conjunto com o médico)."
A nota informa que "as gestantes e puérperas COM COMORBIDADES deverão comprovar a condição de risco (comorbidade), conforme recomendações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacina contra a COVID-19 (exames, receitas, relatório médico, prescrição médica).
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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