Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Profissionais de enfermagem, em reunião em BH, temem colapso por sobrecarga


Representantes das categorias de enfermagem temem um colapso dos profissionais de saúde devido à sobrecarga de trabalho durante a pandemia. A situação pode se agravar ainda mais em caso de uma 'terceira onda', já prevista pelas autoridades de saúde. Presidentes de 23 conselhos regionais e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), se reuniram em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (7/6), em um ato nacional, para reafirmar sua disposição de lutar por melhores condições de trabalho e salários.





Há cerca de 30 anos, enfermeiros, técnicos e parteiras reivindicam piso nacional e uma carga horária quer permita atender a população com a qualidade demandada. A profissão ficou mais em evidência diante da pandemia, quando quase três milhões de profissionais se expuseram aos riscos de contaminação, nas linhas de frente de hospitais e postos de saúde. 

Já são 788 os que perderam a batalha para a COVID-19, de acordo com o Observatório da Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), em números atualizados em tempo real. Em Minas Gerais foram 45 óbitos e  56.381 infectados em todo o Brasil.

Segundo a presidente do Cofen, Betânia dos Santos, a grande preocupação se concentra na situação de exaustão desses profissionais. "Muitos são afastados e não tem mão de obra para repor. Se levarmos em conta que os baixos salários obrigam a trabalhar em mais de uma unidade de saúde, o afastamento causa ainda mais sobrecarga aos que permanecem nas linhas  de frente."




  
Após uma passeata pelas ruas do Centro de BH, eles passaram a manhã e parte da tarde nas dependências do Conselho Regional de Enfermagem (Coren/MG) e uma comissão visitará o escritório regional do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (Democratas), senador por Minas. Eles pressionam para que seja colocada em pauta o Projeto de Lei 2464/2020, de autoria do senador Fabiano Contarato (RDE/ES), que estabelece um piso nacional salarial.

O presidente do Coren-MG, Bruno Farias, explica que a capital mineira foi escolhida por Rodrigo Pacheco ser um dos representantes de Minas no Senado. "A colocação do projeto de lei em pauta será uma sinalização de valorização desses profissionais, que já não aguentam mais trabalhar sob pressão."
 
Bruno já havia se reunido com Rodrigo Pacheco em outra ocasião pedindo urgência, o que desobrigaria passar por comissões, e recebeu a resposta de que "durante a pandemia, todos os projetos seriam de urgência, porque as comissões não estavam se reunindo". Mas que seria encaminhado aos líderes na casa, e para avaliação de outros setores que também teriam interesse.




 
Em Minas, são  215 mil profissionais da enfermagem inscritos.“É um marco para a enfermagem e Minas é a sede. Não vamos descansar até ver esse projeto ser votado. Muitos, desde 1986, foram engavetados e se perderam. Este, não vamos deixar passar”, garantiu o presidente do Coren-MG. 
 
O projeto do senador pelo Espírito Santo estabelece um piso salarial nacional para os enfermeiros de R$ 7.315 mensais, para uma jornada de trabalho de 30 horas semanais e para os técnicos de enfermagem, 70% desse valor de referência e 50% para auxiliares de enfermagem e parteiras.
 
Em sua justificativa no projeto, o senador capixaba diz que ser esta é "a melhor forma de reconhecimento que nós, senadores da República, poderemos dar por todo o trabalho exaustivo que esses profissionais da área da saúde têm tido ao longo de anos e que se intensificou com a pandemia do coronavírus. Além de enfrentarem jornadas duplas de trabalho em troca de salários miseráveis, e que não condizem com todo o esforço e desgaste que estão passando, colocam diariamente suas vidas em risco por estarem na linha de frente dos hospitais, ajudando os pacientes internados em decorrência da COVID-19".




 
Segundo o senador, hospitais privados e operadores de planos de saúde vêm lucrando com a situação. Ele usa dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), que apontaram umn lucro líquido de R$ 15 bilhões neste setor, nos "nove primeiros meses de 2020". 
 

Pesquisa investiga nível do sofrimento moral dos enfermeiros na pandemia

Pesquisadores  da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Bioaraba, Investen-Isciii, Universidade de Lleida e da Universidade Autônoma do Estado do México querem conhecer o nível e a intensidade do sofrimento moral vivenciados por enfermeiros na Espanha, México e Brasil durante a pandemia da COVID-19.
 
Os enfermeiros, durante a pandemia, tiveram que tomar decisões que nem sempre estavam preparados e num contexto até então desconhecido e de grande pressão e estresse emocional. A dificuldade em tomar algumas dessas decisões faz com que surjam problemas morais, que podem ser a causa de sofrimento mental. O propósito é investigar o fenômeno para traçar estratégias que ajudem no dia a dia do trabalho e da vida pessoal.




 
Na UFMG, a pesquisa é coordenada pela professora da Escola de Enfermagem, Carolina da Silva Caram. Ela explica que no Brasil o público-alvo é composto por enfermeiros que atuam ou atuaram na assistência durante a pandemia na Região Sudeste (Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo). “Inicialmente será conduzido um estudo de corte quantitativo, mediante questionário on-line, para conhecer o nível e a intensidade de sofrimento moral e, posteriormente, um estudo qualitativo, por meio de entrevista remota, para compreender as experiências e sentimentos relacionados ao sofrimento moral."


Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.





  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.

  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.



Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.

 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.


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