Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Vinte e três detentas são diagnosticadas com COVID em presídio mineiro

Em Pará de Minas, na Região Central do estado, 23 das 76 detentas da penitenciária Doutor Pio Canedo testaram positivo para a COVID-19. Os casos foram confirmados pela Secretaria Municipal de Saúde e pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública do estado.



Segundo a pasta municipal, uma mulher precisou ser internada no Hospital Nossa Senhora da Conceição, com quadro de saúde estável. Foi a partir do diagnóstico da paciente, na quarta-feira (2/6), que foi descoberto o surto da doença na ala feminina da penitenciária.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Wagner Magesty Silveira, a partir do caso, a secretaria decidiu fazer uma testagem em massa na ala feminina do presídio, sendo que 55 detentas já foram testadas e 66 totalmente isoladas.

Wagner explica ainda que dentre os 170 profissionais que trabalham na unidade prisional, apenas uma policial penal testou positivo para a COVID-19.

“Possivelmente, a contaminação da detenta, que por bom comportamento presta serviços dentro da própria unidade, tenha ocorrido após ela limpar a sala dessa policial que testou positivo. Ela pode ter sido o vetor que levou para essa presa a contaminação.”





Diante da situação, o secretário municipal de Saúde se reuniu com a direção da penitenciária Pio Canedo, juntamente com a equipe da vigilância sanitária, para tomar todas as medidas protetivas e evitar um alastramento da doença.

Ele afirma que já entrou em contato com os representantes do estado, para que medidas protetivas sejam tomadas em conjunto.

“Nós já fizemos o boletim de surto e já pedimos também a garantia da vacinação dos profissionais que trabalham dentro da Pio Canedo”, ressalta o secretário.

Por meio de nota, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública do Estado (Sejusp) afirmou que "as detentas cumprem período de quarentena dentro da unidade, acompanhadas pelas equipes de saúde, e estão assintomáticas ou com sintomas leves da doença. As celas em que se encontram estão isoladas e são rotineiramente desinfectadas". 





 

Segundo a Sejusp, várias ações são tomadas para prevenir a disseminação do coronavírus nos presídios do estado.

 

Leia a nota da Sejusp na íntegra 

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), informa que, conforme o levantamento das 16h desta segunda-feira (7/6), há 23 detentas com diagnóstico positivo para a covid-19 na Penitenciária de Pará de Minas I (Doutor Pio Canedo). 


As detentas cumprem período de quarentena dentro da unidade, acompanhadas pelas equipes de saúde, e estão assintomáticas ou com sintomas leves da doença. As celas em que se encontram estão isoladas e são rotineiramente desinfectadas. 


Informamos ainda as principais ações que estão sendo realizadas para prevenir e controlar a disseminação do coronavírus nas unidades prisionais de Minas Gerais, incluindo a Penitenciária de Pará de Minas:

 

Unidades portas de entrada: Foi adotado um modelo pioneiro no país de circulação restrita de detentos no período de pandemia, classificado como referência pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Para evitar a contaminação por novos presos, foram criadas 30 unidades de referência, distribuídas em todo o território mineiro, que funcionam como centros de triagem e portas de entrada para novos custodiados do sistema prisional.





 

Todas as pessoas presas em Minas Gerais estão sendo encaminhadas para uma unidade específica em cada região e ficam, pelo menos, 15 dias, em quarentena e observação, evitando possível contágio caso fossem encaminhadas de imediato para outras unidades. Após a observação e atestada a sua saúde, são encaminhadas para as demais unidades prisionais do Estado.

 

Retomada gradual das visitas: Em setembro de 2020, o Depen-MG iniciou a retomada gradual das visitas presenciais no sistema prisional, de acordo com as ondas do Minas Consciente de cada macrorregião. A lista de unidades em cada onda é atualizada semanalmente no site da Sejusp, às quintas-feiras. As unidades prisionais seguem os protocolos previstos para a onda da macrorregião na qual estão localizadas, exceto aquelas que são classificadas como portas de entrada. 

 

Os familiares também podem ter contato com seus parentes de outras três formas: por meio de cartas (ação prevista para todas as unidades e com média de 35 mil recebimentos por semana), ligações telefônicas (cujo número é diferente em cada unidade e deve ser fornecido pelo presídio ou penitenciária; a média semanal é de 15 mil ligações realizadas) ou videoconferências nas unidades em que essa tecnologia já está disponível. Mais de 96% das unidades prisionais realizam visitas familiares por videoconferência. Esta modalidade continuará acontecendo mesmo diante da retomada das visitas.





 

Cuidados com quem já está preso: No caso de presos que já se encontram no sistema prisional, caso apresentem sintomas da covid-19, o protocolo é o seguinte: isolamento imediato, realização de exames e, em caso de confirmação, tratamento segundo protocolo da área da Saúde. Em todas as unidades em que há presos com covid-19 confirmados, a desinfecção do ambiente também é imediata e todos os demais detentos passam a usar máscaras, de forma preventiva.

 

Evitar o contágio via profissionais de segurança: Imprescindíveis para a segurança das unidades, os profissionais estão com as escalas de trabalho dilatadas, de forma a diminuir a circulação desses servidores intra e extramuros.

 

Evitar a circulação de presos para realização de audiências: Foram instalados equipamentos para a realização de videoconferências judiciais em todas as unidades prisionais que estão, aos poucos, se adaptando para uso dessa ferramenta. Com isso, evita-se o deslocamento da maioria dos presos para o ambiente extramuros e diminui-se o risco de contágio pelo coronavírus.





 

Já foram realizadas mais de 18 mil videoconferências judiciais neste período de pandemia - uma parceria com o Poder Judiciário que deve se estender no período pós pandemia por resultar em ganhos positivos para todos os atores envolvidos.

 

Limpeza geral e desinfecção de ambientes: As áreas estruturais como celas, pátios, áreas administrativas e técnicas, portarias, guaritas e, também, veículos estão passando por higienização reforçada, semanal, durante a pandemia.

 

Máscaras e EPIs: O sistema prisional está produzindo máscaras para uso nas próprias unidades e segurança de todos. No interior das unidades prisionais já foram produzidas 5 milhões de máscaras por custodiados. Todos os servidores são obrigados a circular no interior das unidades de EPIs e, a eles, este material é fornecido sistematicamente. Os presos também utilizam máscaras quando estão com algum sintoma suspeito ou quando pertencem a alas ou pavilhões onde outro detento foi testado positivo para a doença.





Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil

  • Oxford/Astrazeneca

Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

  • CoronaVac/Butantan

Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.

  • Janssen

A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.





  • Pfizer

A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.

Minas Gerais tem 10 vacinas em pesquisa nas universidades

Como funciona o 'passaporte de vacinação'?

Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.

Quais os sintomas do coronavírus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas gástricos
  • Diarreia

Em casos graves, as vítimas apresentam

  • Pneumonia
  • Síndrome respiratória aguda severa
  • Insuficiência renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.





 

 

Entenda as regras de proteção contra as novas cepas



 

Mitos e verdades sobre o vírus

Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.

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audima