O caso aconteceu em 8 de fevereiro de 2019, duas semanas depois da Tragédia de Brumadinho.
Em consequência disso, 50 famílias foram retiradas das imediações da barragem. Por causa de estudos aprofundados, a mineradora ampliou a ZAS depois, o que fez o número de atingidos multiplicar.
Moradores do Bairro Pinheiros e dos distritos de Vieiras e Lagoa das Flores foram prejudicados. O barramento está desativado e passa pelo processo de descaracterização.
Termos do acordo
O mesmo vale para as famílias atingidas indiretamente pela interdição, como aquelas que mantinham comércios nas redondezas.
Para quem tinha casa no local, a empresa oferece uma nova moradia em outro lugar com as mesmas condições estruturais (método construtivo e medição do terreno).
Outra possibilidade é repassar o valor do imóvel (lote e área construída) às famílias.
Um fator tratado como inédito pelo MPMG é a garantia de devolução do antigo imóvel aos respectivos moradores após o descomissionamento da barragem.
Outro ponto visto como "inovador" é o cálculo dos danos morais de maneira individual. Portanto, aqueles que são mais velhos, e por isso tinham mais identificação com a moradia interditada, vão receber mais dinheiro.
A empresa também concordou em manter o pagamento das assessorias técnicas dos moradores. Dessa maneira, os advogados, arquitetos, psicólogos entre outros profissionais que ajudam os atingidos continuarão seus serviços até o término da reparação.
A mineradora também vai repassar 2,5 salários-mínimos a cada família por mais 12 meses, portanto até junho de 2022. Trata-se de uma "necessidade de reativação econômica".
A matriz de danos ainda prevê indenização pelos animais domésticos perdidos por causa da interdição. Os tutores podem optar por receber o valor do bichinho ou receber um novo.
ArcelorMittal
Em nota, a mineradora informou que "buscou uma composição capaz de reparar satisfatoriamente todos os danos causados pela evacuação e acredita ter chegado a uma proposta substancial"."O acordo extrajudicial possibilita que o processo de indenização ocorra de forma menos burocrática e mais ágil", esclareceu a proprietária da barragem.
A empresa ainda ressaltou que "agiu com transparência e prudência" desde o acionamento do PAEBM.
Sobre a barragem, a ArcelorMittal informa que vai construir uma "Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ), capaz de reter os rejeitos da barragem na hipótese de rompimento" durante a descaracterização.
Também esclarece que monitora 24 horas a estrutura, que não apresenta alteração em seus indicadores de segurança.