A dificuldade para encontrar alimentos, emprego e as mais diversas necessidades básicas foram somadas à circulação de um vírus, que deixou a população em situação de rua de BH ainda mais vulnerável. Com a ampliação da campanha de vacinação na capital mineira para estas pessoas nesta terça-feira (8/6), filas foram formadas nas portas de abrigos e unidades de acolhimento da PBH, e a alegria no olhar surgiu com a esperança de batalhar por uma vida melhor.
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A vacinação do grupo começou em 26 de maio, mas estava restrita a abrigos e unidades de acolhimento da PBH. Agora, os moradores poderão receber a dose nos mais de 130 postos cadastrados no município. A lista pode ser conferida aqui.
De acordo com o município, serão imunizados contra a COVID-19 aqueles com 18 anos ou mais, completados até 30 de junho, a partir dos dados do CadÚnico e também pessoas atendidas pelos serviços e unidades socioassistenciais, independentemente da inscrição no CadÚnico. Ao todo, são cerca de 8,6 mil indivíduos cadastrados no censo municipal.
A imunização do grupo será feita por equipes volantes em unidades de acolhimento e abrigos, das 8h às 16h, com o apoio da Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC).
Alguns deles optaram por evitar tumulto de vacinação logo nesta terça-feira (8/6), como é o caso de Maria Aparecida de Souza, 38 anos. Ela vive embaixo do Viaduto Francisco Sales, e está nesta situação há 15 anos. “A gente fica sossegado aqui, sem sair. Quando veio mais gente para cá, policiais mandaram espalhar para evitar aglomeração”, disse.
Para ela, é um alívio receber a vacina devido aos prejuízos que tiveram neste período. “Ficou um tempo sem passar doação e prejudicou muito a gente, enfrentando a fome”, lamentou.
As equipes do Consultório de Rua e do programa BH de Mãos dadas contra a AIDS, além das equipes de abordagem da SMASAC, serão responsáveis pela busca ativa dessa população, além da orientação sobre a importância da vacinação e direcionamentos dessas pessoas aos locais onde serão aplicados os imunizantes.
Vacinômetro
A capital mineira já atingiu a marca de 43,8% do público alvo (pessoas de 18 anos ou mais) com a primeira dose da vacina, enquanto outros 19,7% receberam a segunda dose.
Desses, 10.311 doses foram destinadas para primeira aplicação em trabalhadores e residentes de Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), Serviço Residencial Terapêutico (SRT) e Residências Inclusivas, Comunidades Tradicionais, dentre elas, quilombolas, População de Rua. Até o momento, apenas 4.590 pessoas destes grupos receberam a segunda dose da vacina.