No longo processo de vacinação contra a COVID-19 no Brasil, várias doses são consideradas excedentes: são aquelas que sobram em frascos abertos sem serem aplicadas nos indivíduos contemplados na campanha no fechamento dos postos de saúde. Desde o início do Plano Nacional de Imunização, Belo Horizonte tem utilizado os imunizantes para vacinar os acamados do público-alvo e pessoas com a faixa de idade imediatamente inferior a que está contemplada.
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A capital traçou uma programação para encontrar uma pessoa apta a ser imunizada e, assim, evitar o desperdício. Uma das opções é tentar não abrir um novo frasco sem necessidade ao fim do expediente. Assim, os agentes entram em contato com outros postos para verificar se há a quantidade disponível e, em seguida, fazer o remanejamento.
Quando a dose não é encontrada na unidade vizinha, os enfermeiros abrem um novo frasco e começam a fazer uma busca de moradores da região para receber o imunizante. Segundo a prefeitura, caso a pessoa não tenha disponibilidade para ir até o posto, uma equipe volante vai à casa dela aplicar a dose.
Por fim, caso a dose não seja aproveitada, a PBH prevê acionar a pessoa cadastrada que faça parte da faixa prioritária prevista para ser imunizada logo na sequência.
Existem regras específicas para cada imunizante. No caso da AstraZeneca, a vacina pode ser utilizada até 48h após a abertura do frasco, desde que mantida na temperatura de 2 a 8 graus. Já para a CoronaVac são 6h, mantendo a temperatura. Sobre a Pfizer, o imunizante só poder ficar na temperatura de 2ºC a 8ºC por, no máximo cinco dias, com o frasco lacrado. Caso seja aberto, a duração é de 6h.
De acordo com o Ministério da Saúde, os municípios têm autonomia para distribuir as vacinas que sobram da forma que for mais conveniente para a sua localidade, evitando maiores perdas.
“O volume excedente poderá ser utilizado desde que seja possível aspirar o volume de uma dose completa de 0,5ml de um único frasco-ampola. A mistura de vacina de frascos-ampola diferentes para completar uma dose é rigorosamente contraindicado, uma vez que as vacinas estão sujeitas à contaminação”, informou a nota técnica da pasta.
SP também aproveita xepa
Em São Paulo, por exemplo, a prefeitura abriu nesta segunda-feira (7/6) a inscrição de pessoas a partir dos 50 anos, que poderão antecipar a aplicação das doses. Anteriormente, tais doses eram destinadas, prioritariamente, às pessoas com deficiência permanente, com mais de 18 anos, que morassem próximas às unidades de saúde e aos estagiários de saúde.
No Rio de Janeiro, a regra é parecida com Belo Horizonte. As doses excedentes são destinadas às pessoas acamadas ou dos grupos prioritários elegíveis podem receber doses excedentes. Estão incluídos indivíduos com comorbidades; com deficiência permanente, com síndrome de Down; gestantes e puérperas com comorbidades; trabalhadores da saúde e guardas municipais envolvidos nas ações de enfrentamento à COVID-19, todos dos 18 aos 59 anos.
A discussão sobre o aproveitamento das doses excedentes começou a surgir depois de boatos de que várias pessoas deixaram de se vacinar, sobretudo em cidades do interior, devido ao desperdício nos frascos. Em Minas, recentemente, o secretário de Estado de saúde, Fábio Baccheretti orientou que os municípios continuem a vacinação aos sábados e domingos para evitar perdas maiores.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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