A Associação Comercial da Serra do Cipó divulgou uma carta aberta ao governador Romeu Zema (Novo), assinada pelo presidente André Jack Motta Belisário, alertando para situação de 'sérios prejuízos', não só às empresas da cadeia de valor do turismo do estado, como à economia de vários municípios que dependem exclusivamente da atividade turística para sobreviver. O documento contempla o pleito de empresários, que vivem do turismo na região, todos muito impactados pelas restrições impostas pela pandemia há um ano e três meses.
Na carta, os comerciantes defendem que o 'bom desempenho apontado pelos índices da COVID-19, que nos coloca em posição bem superior à do próprio estado, temos sido compelidos a operar nossos hotéis, pousadas e atrativos com ocupação máxima de 50% da capacidade. Nosso município tem menos de 5 mil habitantes e pelos critérios do Programa Minas Consciente, somos determinados a ter, no máximo, 2,5 casos de COVID-19 em duas semanas, o que é absolutamente irreal', reporta. E ainda completa: "Não sabemos até quando poderemos suportar tais restrições à nossa capacidade".
Segundo o texto, desde o início da pandemia, houve o fechamento de três pousadas, quatro restaurantes e a perda de 202 postos de trabalho formais e mais de 300 postos de trabalho autônomo, sendo que estes dados se referem apenas ao ano de 2020.
Abaixo, a íntegra da carta:
Carta aberta da Associação Comercial da Serra do Cipó (Ascom.-Cipó) ao Exmo Sr Governador do Estado de Minas Gerais – Romeu Zema
Caro Governador,
Os principais destinos turísticos de nosso estado têm sido fortemente impactados pelos protocolos sanitários do Programa Minas Consciente, o que tem causado sérios prejuízos, não só às empresas da cadeia de valor do turismo do estado, como à economia de vários municípios que dependem exclusivamente da atividade turística para sobreviver.
Tomemos como exemplo o município de Santana do Riacho e seu distrito turístico da Serra do Cipó. Apesar do bom desempenho apontado pelos índices da COVID-19, que nos coloca em posição bem superior à do próprio estado, temos sido compelidos a operar nossos hotéis, pousadas e atrativos com ocupação máxima de 50% da capacidade. Nosso município tem menos de 5000 habitantes e pelos critérios do Programa Minas Consciente, somos determinados a ter, no máximo, 2,5 casos de COVID-19 em duas semanas, o que é absolutamente irreal.
Temos trabalhado no vermelho desde o começo da pandemia e isto já resultou no fechamento de três pousadas, 4 restaurantes e a perda de 202 postos de trabalho formais e mais de 300 postos de trabalho autônomo sendo que estes dados se referem apenas ao ano de 2020. Não sabemos até quando poderemos suportar tais restrições à nossa capacidade.
Governador, contamos com vossa intervenção para corrigir esta distorção do Programa Minas Consciente que parece tratar todos os municípios e suas realidades distintas sob a mesma métrica e, como empresário que é, saberá o quanto este tratamento é incoerente e distante da realidade de nossos munícipios que tem na atividade turística a mola mestra de seu desenvolvimento.
Nosso setor não pode continuar a ser mais penalizado desta forma, pois investimos valores significativos tanto no treinamento quanto na implementação de todos os protocolos de segurança, isto logo no início da pandemia e necessitamos voltar a operar dentro de nossa capacidade normal, não só para garantir a manutenção de nossos empreendimentos, bem como para melhor receber nossos turistas e manter assim a qualidade de vida nossa população.
Contando com vosso apoio, subscrevemos,
Atenciosamente,
André Jack Motta Belisário
Presidente da Associação Comercial da Serra do Cipó
Júlio Barroso, diretor da Associação Comercial da Serra do Cipó, frisou que 'é importante que o governador dê atenção ao nosso apelo pois já estamos no limite.'