O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) concedeu habeas corpus aos 29 detidos pela Operação Alegria, conduzida pela Polícia Federal (PF) e que investiga a corrupção no sistema prisional do estado.
A informação é do advogado Fernando Magalhães, que defende dois ex-advogados presos em 8 de outubro do ano passado.
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Detento da Nelson Hungria, em Contagem, escala muro e foge Justiça impede chegada de mais presos à Nelson Hungria por falta de agentesEm áudio, funcionário do governo de MG admite motim na Nelson Hungria, em ContagemJustiça de Minas decide volta às aulas na rede estadual nesta quinta (10/6)Ele defende os ex-advogados Fábio Marcio Piló Silva e Luis Astolfo Sales Bueno. O primeiro tinha amplo trânsito nas penitenciárias mineiras, sendo, até mesmo, fonte de informações da imprensa.
De acordo com Fernando Magalhães, Piló e Sales terão que cumprir outras medidas uma vez liberados do cárcere. Eles não podem mais advogar e estão proibidos de sair de casa à noite e aos fins de semana.
O advogado dos dois disse que o processo foi conduzido de maneira política, apesar de não negar o cometimento de crime dos investigados.
"Não estou aqui para ser jocoso nem tirar o crédito de tudo que foi feito na investigação, mas é preciso adequar à situação real. Criou-se uma situação mais política", alegou.
Outros quatro ex-advogados também terão direito ao habeas corpus: Patrícia Amorim Rocha, Jackson Ferreira Caitano, Wesley Soares Lacerda e Maria Aparecida de Souza Assunção.
O mesmo vale para o ex-diretor da Penitenciária Nelson Hungria, Rodrigo Clemente Malaquias.
O delegado de Polícia Civil Leonardo Estevam Lopes também será solto. A operação da PF também prendeu os servidores públicos Cláudia Rezende Moreira, Reginaldo Santos Soares e Delano Augusto Alves de Oliveira, todos agentes penitenciários agora com direito de habeas corpus.
Ainda serão liberados cinco familiares de detentos. Outros 13 presidiários também terão o direito, mas a soltura depende do cumprimento das penas que ainda pairavam sobre eles na ocasião da operação.
Investigação
À época, a PF informou que havia um esquema para compra e venda de vagas em presídios de Minas Gerais, com escolha de determinadas alas de unidades de acordo com a preferência dos detentos.
Segundo a PF, a quadrilha também permitia a entrada de objetos proibidos nos cárceres. Tudo funcionava a partir de pagamento repartido entre os líderes da organização.
O nome da operação faz referência à forma como os membros da organização chamavam o Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem: “Nelson Alegria”.
Os presos são investigados por participação em organização criminosa, corrupção ativa, passiva e concussão. Somadas, as penas podem chegar a 20 anos de prisão.