A vacinação contra a COVID-19 no Brasil não segue o mesmo ritmo em todas as cidades do país. Na Região Sudeste, por exemplo, a faixa etária de vacinados nas capitais ainda está acima dos 50 anos. Já no Nordeste, tem capital que lidera a corrida contra o coronavírus vacinando adultos na faixa dos 30.
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Apesar de promessas do governador João Doria (PSDB) em acelerar a imunização no estado, a capital ainda nem começou a vacinar adultos sem comorbidades. A previsão é que as pessoas de 58 e 59 anos comecem a tomar a primeira dose a partir do dia 14, na próxima segunda-feira.
Vacina no Nordeste
A Região Nordeste é uma das mais avançadas no país. Os moradores de Recife (PE) que têm entre 43 e 59 anos garantiram imunização nesta quinta.
No Maranhão tem até “arraial da vacinação”. Nesta quinta, o governo anunciou que os adultos de 29 anos ou mais vão se vacinar a partir das 19h desta sexta-feira (11/06) e a campanha só vai encerrar no domingo às 12h. As doses serão aplicadas por 41 horas seguidas pelo sistema drive-thru de um shopping na capital.
O Estado de Minas fez o levantamento em algumas capitais brasileiras. Confira como está a vacinação por faixa etária nesta quinta-feira (10/06):
Sudeste
Vitória: 50 anos ou mais
Rio de Janeiro: 55 anos
BH: 56 anos
São Paulo: 58 e 59 anos de idade, a partir do dia 14
Nordeste
São Luís: 35 e 36 anos
Recife: 43 a 59 anos
Sul
Porto Alegre: 55 anos ou mais
Centro-Oeste
Cuiabá: 55 anos ou mais
Norte
Manaus: 53 anos
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Hipóteses para a diferença
Para avaliar os motivos da diferença na velocidade de vacinação por capitais, muitos fatores precisam ser levados em conta. O epidemiologista Geraldo Cunha Cury, que é também médico infectologista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), explica que não é possível concluir apenas um motivo para explicar a velocidade distinta no avanço de imunização por faixa etária, mas algumas especulações podem ser feitas e demandam apuração.
“Existem capitais no Nordeste que estão vacinando muito. O que pode acontecer é que alguns estados podem estar distribuindo mais vacinas para as capitais do que para o interior do estado”, observa.
“Por exemplo, se Minas recebeu 500 mil vacinas, mandou 100 mil para BH. Vamos supor que no Maranhão mandaram a mesma quantidade, mas a maior parte se concentrou na capital. É uma análise que precisa ser feita”, disse.
“Por exemplo, se Minas recebeu 500 mil vacinas, mandou 100 mil para BH. Vamos supor que no Maranhão mandaram a mesma quantidade, mas a maior parte se concentrou na capital. É uma análise que precisa ser feita”, disse.
Por outro lado, o especialista lembra que São Luiz recebeu milhares de doses extras de vacina para conter a variante indiana. “Foi por causa daquele caso do marinheiro com a variante delta do vírus da COVID-19. Isso deve ter acelerado a vacinação por lá”, pontuou.
O epidemiologista também levanta a hipótese de que alguns municípios possam estar guardando doses para a segunda aplicação, enquanto outros que estão mais avançados podem estar utilizando todas as doses enviadas pelo Ministério da Saúde.
“Tem que saber se estão guardando as segundas doses, que é outra explicação. Aqui (em Minas) estão guardando a segunda dose da AstraZeneca para não acontecer o que aconteceu com a CoronaVac”, lembra.
“Tem que saber se estão guardando as segundas doses, que é outra explicação. Aqui (em Minas) estão guardando a segunda dose da AstraZeneca para não acontecer o que aconteceu com a CoronaVac”, lembra.
Cidades que utilizam o método de cadastramento digital para entrar na fila de vacinação são criticadas pelo professor. “Vacina por idade aqui (em Minas) não tem cadastro. Em São Luiz, por exemplo, tem. Isso restringe o público, pois não é todo mundo que consegue usar internet, o que é ruim”, reprova Cury.
“São hipóteses, na verdade teríamos que ver caso a caso. São possibilidades. Não dá pra gente sentenciar porque não temos esses dados”, adverte.
“São hipóteses, na verdade teríamos que ver caso a caso. São possibilidades. Não dá pra gente sentenciar porque não temos esses dados”, adverte.
Faltou vacina no tempo certo
Para o especialista, o ideal para a campanha de vacinação no Brasil seria que a quantidade de imunizantes fosse maior desde os primeiros anúncios de fabricantes.
“No Brasil, o ideal era ter vacina. Como nós não encomendamos as vacinas no ano passado, estamos passando todo esse sofrimento agora e só estamos descobrindo os motivos na CPI de agora. Foi simplesmente falta de vontade de fazer. Infelizmente, chegamos a 480 mil mortes por isso”, protesta, lembrando da promessa de chegada de novos imunizantes da Janssen.
“São doses únicas que vão chegar na boca do vencimento, então vamos ter que acelerar e vacinar dia e noite. Aí, talvez essas faixas etárias vão baixar de repente. Esperamos boas notícias”, diz Cury.
“No Brasil, o ideal era ter vacina. Como nós não encomendamos as vacinas no ano passado, estamos passando todo esse sofrimento agora e só estamos descobrindo os motivos na CPI de agora. Foi simplesmente falta de vontade de fazer. Infelizmente, chegamos a 480 mil mortes por isso”, protesta, lembrando da promessa de chegada de novos imunizantes da Janssen.
“São doses únicas que vão chegar na boca do vencimento, então vamos ter que acelerar e vacinar dia e noite. Aí, talvez essas faixas etárias vão baixar de repente. Esperamos boas notícias”, diz Cury.
Vacinas contra COVID-19 usadas no Brasil
- Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, a vacina recebeu registro definitivo para uso no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). No país ela é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
- CoronaVac/Butantan
Em 17 de janeiro, a vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan no Brasil, recebeu a liberação de uso emergencial pela Anvisa.
- Janssen
A Anvisa aprovou por unanimidade o uso emergencial no Brasil da vacina da Janssen, subsidiária da Johnson & Johnson, contra a COVID-19. Trata-se do único no mercado que garante a proteção em uma só dose, o que pode acelerar a imunização. A Santa Casa de Belo Horizonte participou dos testes na fase 3 da vacina da Janssen.
- Pfizer
A vacina da Pfizer foi rejeitada pelo Ministério da Saúde em 2020 e ironizada pelo presidente Jair Bolsonaro, mas foi a primeira a receber autorização para uso amplo pela Anvisa, em 23/02.
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Como funciona o 'passaporte de vacinação'?
Os chamados passaportes de vacinação contra COVID-19 já estão em funcionamento em algumas regiões do mundo e em estudo em vários países. Sistema de controel tem como objetivo garantir trânsito de pessoas imunizadas e fomentar turismo e economia. Especialistas dizem que os passaportes de vacinação impõem desafios éticos e científicos.
Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus.
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Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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