O retorno presencial dos alunos do ensino fundamental nas escolas municipais de Belo Horizonte será dividido em duas etapas. A volta das crianças de 6 a 8 anos, do 1º ao 3º ano, está prevista para 21 de junho, enquanto o retorno dos estudantes de 9 a 12 anos, do 4º ao 7º ano, será no inicio de julho.
Nesta quinta-feira (10/6), a reportagem do Estado de Minas conversou com a secretária municipal de Educação, Ângela Dalben, para detalhar o plano da administração municipal.
Leia Mais
Kalil alerta que pode fechar BH semana que vem se números voltarem a subirKalil amplia horários de bares e restaurantes de BH a partir deste sábadoKalil sobre ataque de hacker ao sistema da PBH: 'Não tenho medo'Colégio Magnum Buritis não deve voltar com atividades presenciais no dia 21Escolas particulares reprovam esquema de volta às aulas da PBH: 'Inviável'Aulas na rede pública estadual: entenda os critérios para voltar à escolaAs aulas presenciais dessa faixa escolar estão suspensas desde o início da pandemia, no ano passado. Em 26 de abril deste ano, a PBH autorizou o retorno às escolas da educação infantil, para crianças até 5 anos e 8 meses.
A secretária, que é doutora em Educação e professora aposentada de didática na FaE-UFMG, disse que o encontro presencial ocorrerá como plano complementar às aulas remotas. "As pessoas precisam entender o seguinte: não estamos autorizando as aulas presenciais. Não é isso. Não há abertura das escolas. O plano curricular ainda é remoto. Mas vamos compor o plano com a oportunidade de encontro com os professores em alguns dias", disse Ângela.
A administração municipal determinou o acompanhamento 'personalizado' das crianças. Sendo assim, serão formadas microbolhas de até seis alunos, por três horas, duas vezes por semana.
A secretária explica que os alunos em fase de alfabetização, principalmente, entre 6 e 8 anos, necessitam da intermediação do professor. "Essa é a fase mais importante do processo de escolarização e esse processo exige esse contato", destaca a professora.
O plano pedagógico será elaborado por cada escola, que avaliará individualmente as necessidades dos alunos de cada turmo. "A escola faz diagnóstico da criança e identifica aqueles que precisam estar presencialmente, de acordo com o nível de aprendizado, as dificuldades... No encontro presencial, o professor fará a avaliação, poderá observar como faz a leitura. É até mesmo uma oportunidade de conhecer melhor aluno. Após mais de um ano de pandemia, muitos nunca se viram pessoalmente. Isso muda até mesmo a relação virtual."
O retorno presencial ainda será dividido por idade nas escolas municipais. A partir do dia 21, estudantes de 6 a 8 anos poderão se encontrar nas escolas. "Após duas semanas, vamos iniciar o retorno dos alunos de 9 a 12 anos", informa a secretária.
As escolas particulares, de acordo com Ângela, podem se organizar de acordo com a demanda. Mas estão autorizadas pelo comitê a retornar com o 1º ao 7º ano do ensino fundamental também a partir do dia 21.
Protocolo sanitário
As escolas devem seguir os protocolos sanitários já publicados na Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). São eles: a área para o professor deverá ser delimitada em 2 metros a partir do quadro (parede) e mais 2 metros do limite de sua área de atuação até a primeira carteira do aluno.
A escola também deverá demarcar posições nas salas de aula, respeitando o distanciamento de 2m entre os alunos. No ensino fundamental, a alimentação feita em sala deverá ser acompanhada por um adulto, que deverá estar na área do professor. O uso do álcool em gel e máscara são obrigatórios. Veja o protocolo completo aqui.
A secretaria ainda afirma que é importante nessa fase que os pais atendam aos chamados, mas a presença não é obrigatória. "Que a família, o pai, mãe, permitam que as crianças encontrem os professores e colegas mesmo que seja por pouco tempo. É um momento importante para a criança", disse.
Aulas nas particulares
Nessa quarta-feira (10/6), as escolas particulares comemoraram o anúncio de reabertura dos portões escolares para as crianças, mas também pontuaram críticas.
"O retorno foi muito favorável, recebemos com muita alegria. Já estávamos aguardando essa manifestação, porque o combinado que tínhamos é que as aulas do fundamental voltassem três semanas após as do infantil. O ensino infantil voltou em 26 de abril", disse a presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep-MG), Zuleica Reis.
Zuleica criticou o fato de o protocolo ainda não ter sido esclarecido. "O que estamos querendo com o fundamental é uma porcentagem de 50% presencial e 50% remoto. Temos que elaborar uma logística que vá atender às famílias", pontuou.
O Sinep sugere que ocorra uma escala semanal. "Queremos rodízio semanal de forma híbrida, com metade da turma remotamente. As escolas particulares já estão preparadas para esse tipo de ensino. Se a escola pública não, liberem a particular", finalizou.
Ao ser questionada sobre a proposta, a secretária Ângela Dalben foi categórica: "Estamos preparados para o retorno com 50% dos estudantes. Mas seguimos a orientação do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 de BH. Também estamos aflitos e estamos desejando o retorno", disse. Não há possibilidade de seguir um plano diferenciado. Ângela frisou que o avanço para a retomada depende do controle do vírus na cidade.