Com receio de entrar na onda roxa, fase em que diversas atividades consideradas não essenciais devem ficar fechadas, a prefeitura de Ouro Preto, na Região Central de Minas Gerais, anunciou em uma coletiva de imprensa na sexta-feira (11/06), um novo decreto na tentativa de mudar a situação do município para não ter que fechar o comércio totalmente. As novas ações começam a valer nesta segunda-feira (14/6) e vão até o dia 28 deste mês.
Decreto
Na coletiva de imprensa, o secretário de governo, Felipe Guerra, anunciou, entre outras medidas, o fechamento de todas as atividades comerciais das 20h às 5h, de segunda a domingo, e a restrição do consumo de bebidas alcoólicas em vias públicas, também das 20h às 5h.
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O novo decreto proíbe a realização de eventos ou qualquer festa presencial, pública ou particular, em ambiente aberto ou fechado, além de entretenimento em bares e restaurantes. Casas de shows e eventos terão os alvarás de funcionamento suspensos durante o novo decreto. Do mesmo modo, atrações turísticas, naturais e históricas da cidade também ficarão fechadas. Todas as atividades educacionais presenciais, com exceção dos estágios em saúde, também estão suspensas.
Hotéis e pousadas só poderão funcionar com 30% da capacidade máxima de lotação, do mesmo modo, academias e centros de treinamento deverão funcionar com 50% de lotação. Salões de beleza e semelhantes poderão funcionar mediante agendamento e apenas com um cliente dentro do estabelecimento. O decreto também estabelece novas regras para o transporte coletivo, como: aumento de frota nos horários de pico e lotação máxima de 50% em cada veículo.
Todas as determinações estão sujeitas a fiscalizações e o descumprimento pode acarretar em punições legais.
De acordo com a secretária de Saúde, Glauciane do Nascimento, na semana passada foram feitas diversas discussões com o estado, com setores da saúde, com a microrregião de Ouro Preto, e com o hospital Santa Casa de Ouro Preto, com o objetivo de verificar as reais condições da cidade no combate à COVID-19.
“Estamos atentos à evolução de casos de COVID-19 no estado e o que observamos foi uma piora do cenário em quase todas as regiões do estado. Temos uma tendência de aumento de número de casos, de mortes, de ocupação de leito e o tempo de espera para ocupar esses leitos."
A secretária destacou que o melhor a ser feito é não esperar o colapso na saúde para que, assim, as medidas mais severas sejam tomadas. Um exemplo dado pela secretária foi no início dessa semana em que a Santa Casa comunicou à Secretaria de Saúde sobre o bloqueio de leitos de internação por 72 horas, devido ao baixo estoque de sedativos e medicamentos.
“A Secretaria de Saúde em conjunto com a Santa Casa de Ouro Preto e o estado buscaram soluções para contornar a situação do estoque e conseguiram quase mil ampolas de sedativos e assim foram reestabelecidas as internações”.
Com isso, a secretária concluiu que a situação da cidade é frágil, sem condições de melhora a curto prazo. A cidade também passa por dificuldades em contratar equipe hospitalar para assim poder abrir mais leitos.
“As novas normas tem como objetivo incentivar a população a usar a máscara, usar o álcool em gel e o distanciamento social. Pedimos à população para que não abra mão desses hábitos, mesmo estando vacinados. Nós já sabemos que a vacinação não exclui a possibilidade de transmissão do coronavírus, além do vacinado continuar sendo transmissor da doença."
Mudança de perfil de internados
Ainda na coletiva de imprensa, a secretária de Saúde apresentou uma mudança na faixa etária de internados com COVID-19 - no início da pandemia pessoas idosas e com cormobidades eram a maioria do internados em UTI.
“Hoje, o perfil mudou. Temos seis pessoas na fila de espera de UTI, sendo uma mulher de 25 anos em estado muito grave. Temos uma mulher de 37 anos internada, três irmãs de 45, 49 e 51 anos, e um rapaz intubado de 31. Os mais atingidos agora são predominantemente abaixo de 50 anos."
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