A Fundação Ezequiel Dias (Funed) participou de estudo sobre o primeiro caso de reinfecção do SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19, em Minas Gerais, separado por um intervalo de 225 dias. O caso aconteceu em março e envolveu a infecção de um médico de 29 anos, que não apresentava comorbidades. Ele é morador de Sabará, Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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Todo o processo de sequenciamento das duas amostras foi realizado no laboratório da fundação.
O estudo foi publicado pelo Journal of Infection, periódico oficial da British Infection Association, com acesso aberto ao público e voltado para assuntos relacionados a melhorias de serviço e análises clínicas que envolvem diversas infecções.
De acordo com o chefe do Serviço de Virologia e Riquetsioses do Laboratório Central de Minas Gerais – Lacen/Funed, Felipe Iani, esse artigo demonstrou, pela primeira vez, um caso de reinfecção em Minas, corroborando com outros trabalhos no mesmo sentido.
“Normalmente, a maioria dos vírus causa infecção apenas uma vez, por isso as epidemias se arrefecem, são autolimitadas. Porém, se a taxa de reinfecção for elevada, corremos o risco de sofrer uma epidemia por períodos muito mais longos”, afirma.
Para ele, “isso demonstra, mais uma vez, que a Funed, ao dedicar recursos, apresenta-se como instituição fundamental no auxílio ao enfrentamento de situações em saúde pública.”
Variantes diferentes
O especialista explica que os dois episódios de COVID-19 foram causados por variantes geneticamente diferentes. A primeira identificada como B.1.1.28 e a segunda como B.1.2.
Segundo Felipe, nenhuma delas é classificada como variante de preocupação (VOC), nem como variante de interesse (VOI) pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos estudos, foi possível perceber que as infecções por B.1.2 carregam uma substituição, afetando a posição de aminoácidos 677 da proteína Spike.
“Todos os estudos nesse sentido são bastante preliminares, porém, essa é uma região que está intimamente ligada à infecção, ou seja, uma mutação nessa região pode facilitar a infecção pelo vírus, aumentando a transmissibilidade ou até mesmo favorecendo o escape do vírus ao sistema imunológico, podendo impactar negativamente a eficiência/eficácia das vacinas disponíveis”, alerta.
Na Funed, além de Felipe Iani, os pesquisadores Glauco Carvalho e Talita Adelino contribuíram para o estudo. O artigo teve participação de outros 19 estudiosos, entre representantes da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), do Ministério da Saúde, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e de outras universidades do Brasil.
O artigo completo pode ser acessado, clicando aqui.
O artigo completo pode ser acessado, clicando aqui.
Até 27 de maio, o laboratório da Funed já sequenciou, por meio de diferentes projetos, 847 amostras relacionadas ao novo coronavírus.
Dessas, 260 são de Minas Gerais e 587 de outros estados (Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia) e também do Paraguai.
Dessas, 260 são de Minas Gerais e 587 de outros estados (Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Bahia) e também do Paraguai.
No final de abril, a SES-MG informou que investiga 150 pacientes suspeitos de reinfecção por COVID-19.
Por enquanto, apenas o caso do médico de Sabará foi confirmado.
Por enquanto, apenas o caso do médico de Sabará foi confirmado.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina