As internações no Centro de Terapia Intensifica (CTI) do Hospital de Campanha de Divinópolis, Centro-Oeste de Minas Gerais, foram normalizadas. Elas estavam suspensas desde quarta-feira (9/6) após a unidade ser interditada parcialmente pela Vigilância Sanitária por causa de problemas estruturais.
As irregularidades constatadas pela Comissão de Saúde da Câmara foram sanadas pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS), responsável pela gestão. Entre os problemas, estava um defeito no compressor de oxigênio.
Os pacientes estavam recebendo 100% da substância. No dia da interdição, cerca de sete pacientes estavam nessas condições. A oferta contínua pode acarretar lesão pulmonar.
As bombas de infusão de medicamentos também eram insuficientes. Assim, remédios estavam sendo aplicados via equipo macrogotas.
Os compressores responsáveis pelo envio do oxigênio foram substituídos. “IBDS cumpriu todas as exigências da Vigilância e apresentou laudos técnicos que comprovam a capacidade dos compressores, portanto volta a atender os pacientes”, informou a diretora da Vigilância em Saúde, Érika Camargos.
Também foi realizado o reparo da rede de gases, que estava com vazamento.
A IBDS ainda aumentou a quantidade de bombas de infusão de medicamentos.
Sobre a falta de medicamentos denunciada pela Comissão de Saúde, a Vigilância Sanitária não constatou a anormalidade.
O hospital de campanha que funciona na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) conta com 30 leitos exclusivos para pacientes com COVID-19.
“Ele tem todo o suporte necessário para receber com qualidade os pacientes diagnosticados com a COVID-19”, garantiu Érika.
No sábado (12/6) a unidade já recebeu novos pacientes.
Auditoria apura erros
As comissões instauradas no início do atual mandato para acompanhar o contrato de gestão da unidade irão averiguar se houve erros por parte do IBDS, que levaram à interdição parcial do hospital de campanha.
O aditivo contratual prevê quatro parcelas de R$ 2,2 milhões para o custeio.
A unidade é referência para 52 municípios da macrorregião Oeste, população estimada em 1,2 milhão de habitantes.
Na semana passada, o prefeito Gleidson Azevedo (PSC) falou em cancelar o contrato. “Vamos abrir uma auditoria na IBDS e pode ser que, no decorrer, a gente possa trocar a empresa”, declarou.
O instituto é o mesmo que administra a UPA e foi alvo de operação da Polícia Federal no final do ano passado por suspeita de desvio de dinheiro.
*Amanda Quintiliano especial para o EM