A vacinação contra a COVID-19 em Belo Horizonte desacelerou depois que a capital deixou de receber 50 mil doses de imunizantes do governo de Minas. A situação reforçou uma celeuma entre a prefeitura e o governo do estado após a acusação, feita nessa terça-feira (15/6), pelo secretário municipal de Saúde, Jackson Machado, de que está ocorrendo uma 'politização' da vacina.
Depois de questionada pelo EM, a Secretaria de Estado da Saúde de Minas (SES-MG) admitiu que, de fato, houve um envio com um número menor de doses para a capital, mas negou razões políticas. Alegou que se tratou de uma definição técnica para equilibrar o envio de doses para os municípios mineiros.
"Para equilibrar essa distribuição, a última remessa enviada à capital foi com uma quantidade menor de vacinas, conforme decisão em CIB", escreveu em nota.
A pasta atribuiu a decisão à Comissão Intergestores Bipartite (CIB SES-MG) e ressaltou que a CIB tem representantes da SES-MG, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e do Ministério Público (MP).
A pasta atribuiu a decisão à Comissão Intergestores Bipartite (CIB SES-MG) e ressaltou que a CIB tem representantes da SES-MG, do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) e do Ministério Público (MP).
A SES-MG explicou ainda que, entre os critérios do Ministério da Saúde para definir o quantitativo de doses para cada município, um deles é dimensionar os públicos-alvo com base em campanhas de vacinação anteriores.
Para o cálculo do grupo para receber a vacina contra a COVID-19, segundo a SES-MG, o ministério utilizou a base da vacinação contra a gripe de 2018, 2019 e 2020.
Para o cálculo do grupo para receber a vacina contra a COVID-19, segundo a SES-MG, o ministério utilizou a base da vacinação contra a gripe de 2018, 2019 e 2020.
"Esse cálculo causou uma diferença na distribuição de doses entre os municípios, fazendo com que as cidades que, nas campanhas de vacinação contra a influenza vacinaram mais pessoas, provavelmente, tenham recebido mais vacinas contra a COVID-19."
Ainda segundo a SES-MG, para equilibrar essa diferença, foi apresentada nova metodologia de cálculo associada à base de projeção populacional de 18 a 59 anos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Fundação João Pinheiro (FJP) de 2020.
"Nesse cenário, a proporção de pessoas com comorbidades passa a ser contabilizada em relação ao total de habitantes de 18 a 59 anos, para que não exista a diferença encontrada na base da vacinação contra a influenza."
A pasta afirmou ainda que aproximadamente 14% da população de 18 a 59 anos de cada município correspondem à parcela de pessoas com comorbidade. No entanto, afirma que BH recebeu doses correspondentes a 12% da população com comorbidade. Alega ainda que esse percentual foi menor em outros municípios, entre 7% e 8%.
A SES-MG ressaltou que a capital mineira recebeu as duas primeiras remessas de Pfizer integralmente para o grupo de comorbidades, totalizando 162.630 mil doses a mais do que os outros municípios mineiros.
"Segundo o Vacinômetro dessa terça-feira (15/6), já foram enviadas ao município 1.675.522 doses de imunizantes contra a COVID-19, o suficiente para vacinar mais de 837 mil pessoas, o que corresponde a 33% da população geral de Belo Horizonte que tem 2,5 milhões de habitantes segundo estimativa populacional do IBGE de 2020", diz a SES-MG em nota.
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