Jornal Estado de Minas

SOLIDARIEDADE

Sargento da PM salva homem que vivia em condições sub-humanas em Minas

Uma história que poderia ter fim trágico, começou a ser reescrita de forma humanizada e pode fazer renascer um novo homem.

Assim é a vida de um homem de 36 anos de idade, morador de Vargem Alegre, no Leste de Minas, conhecido como Pretinho do Caetano, que ganhou nova chance de se tratar de uma doença e se regenerar.




 
Usuário de crack, Pretinho vinha há algum tempo criando problemas para a sua família, tanto que saiu da casa de seu pai e foi morar com seu tio, Antônio Jorge do Nascimento, de 60, em uma casa simples em um bairro da periferia, conhecido como “Popular”.

Pretinho levou problemas para o tio, que sempre reclamava do comportamento do sobrinho, que lhe roubava o pouco que tinha para comprar drogas.
 
Quando chegava de madrugada e a casa do tio estava fechada, Pretinho passava a noite no galinheiro, dormindo em um lençol estendido no chão.

No outro dia, já estava na rua novamente a praticar pequenos furtos, ser agredido por pessoas que lesava e sendo preso, por vezes. Sempre que era liberado, voltava a agir da mesma forma.
 
O problema de Pretinho estava longe de ser um caso de polícia. Ele era pessoa que precisava de ajuda, de tratamento contra as drogas, como forma de se tornar um cidadão melhor.



E foi pensando nisso que o 2° sargento PM Felipe Magnum Nogueira resolveu agir, motivado pelo drama vivido por Pretinho e também pelo tio, moço simples, que vivia em um local insalubre e inadequado a seres humanos. 
 
O sargento Nogueira procurou o serviço de Assistência Social da Prefeitura de Vargem Alegre e contou a história de Pretinho para a secretária Clarice de Castro Teixeira. Disse que Pretinho, apesar do comportamento desajustado, não era uma pessoa agressiva.
 
"Imediatamente eu levei o caso para a prefeita Maria Cecilia da Costa Garcia, a Cilinha, que determinou a transferência desse cidadão, que vivia em vulnerabilidade social, envolvido com álcool e drogas, para uma clínica de recuperação em Ribeirão das Neves", disse Clarice. 

“Ele não queria ir se tratar. Ficou desconfiado e chegou a sumir durante uns seis dias. Depois apareceu, e nós conversamos com ele. Eu disse que lá em Neves ele teria lugar para dormir e se alimentar, além de ter tratamento de saúde”, explicou o Sargento Nogueira, que foi bem-sucedido na sua argumentação.





Pretinho aceitou e foi levado à instituição, em Ribeirão das Neves, por um carro da Prefeitura de Vargem Alegre.
 
Nesta quinta-feira (16/6) pela manhã, os policiais voltaram à casa onde morava Pretinho e encontraram lá apenas o seu tio, Antônio Jorge, com as panelas sujas e vazias sobre o fogão, e a TV velha ligada, com imagem ruim e sem áudio.

Antônio Jorge não reclamou de nada, ao contrário, estava agradecido com as providências tomadas pela polícia, que determinou o tratamento concedido ao sobrinho.
 
Mas os policiais, especialmente o sargento Nogueira, resolveram recorrer a amigos da Polícia Militar e providenciaram para Antônio Jorge as cestas básicas que vão deixar as suas panelas cheias de comida.

E também se comprometeram a levar um técnico em eletrônica para consertar a TV, companhia do homem, que agora sonha em ter de volta o seu sobrinho, regenerado, um novo homem.

audima