A pesquisa semanal, coordenada pelo professor Sinézio Inácio da Silva Júnior, com base nas informações divulgadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS), aponta que o Sul é a região mais atingida pela pandemia no estado.
“O Sul de Minas teve, historicamente, os piores índices de isolamento social durante a pandemia. A proximidade com o estado de São Paulo e o próprio ritmo de contágio em cidades como Pouso Alegre e Alfenas, por exemplo, facilitou o surgimento da variante Gama (antiga P1), que é mais contagiosa e predomina no estado paulista”, aponta Inácio, coordenador do estudo.
Para o pesquisador, a adesão às recomendações do Minas Consciente na região Sul podem ter sofrido mais resistência (vide cidades como Varginha, em que o estado precisou entrar na Justiça para fazer valer a onda roxa). Além da grande ligação do Sul de Minas com regiões metropolitanas de São Paulo e Belo Horizonte, que propiciou o surgimento e circulação da variante mais transmissível.
Confira os números do Sul de Minas
Em 14 de junho, houve estabilidade no número diário de casos, mas, o patamar ainda continua alto no Sul.
Ao final da onda roxa, foi observado redução na média diária de novos casos durante a semana. Porém, com a terceira semana após a atenuação das medidas, houve aumento contínuo no indicador de casos inéditos.
Entre as cidades com maior população, Pouso Alegre, Varginha, Itajubá, Alfenas e São Sebastião do Paraíso tiveram aumento no número de novos casos.
A média móvel do Sul de Minas, em relação ao número de novos casos por 100.00 habitantes, ficou em 57,7 no último mês; 64,9 em relação a 14 dias atrás; e 68,0 nos últimos sete dias.
Sul de Minas tem maior média diária de novos casos da Covid-19 no estado (foto: Fonte: Unifal/Reprodução)
A parte negativa, e que chama mais a atenção, fica por conta do número de internações. A região Sul saiu de estabilidade (%2b8%) e passou para crescimento de 52%, nessa segunda-feira (14/6).
A média diária de novas internações chega a ficar acima de 100 (145 só no dia 14 de junho) e a de mortes chega a 30 por dia.
Em internações, seis dos 10 municípios mais populosos saíram da estabilidade e tiveram evolução nas taxas. São eles: Poços de Caldas, Pouso Alegre, Itajubá, Alfenas, Três Corações e Três Pontas.
Alfenas saiu de -11% na incidência de pessoas internadas nas UTIs e foi para crescimento de %2b159%. Poços de Caldas apresenta número alarmante, registrando ampliação de %2b717% no crescimento de novas internações.
A evolução de mortes foi observada em Poços de Caldas, Pouso Alegre, Itajubá, Alfenas, Três Corações e São Sebastião do Paraíso.
A região Sul de Minas é a que apresenta maior taxa de incidência no número de internações. Respectivamente no último mês, a média móvel por 100.000 habitantes foi de 3,7; 14 dias atrás, de 4,3; e 4,8 nos últimos sete dias.
Média móvel de internações nos últimos sete dias no Sul é a maior em relação a outra regiões (foto: Fonte: Unifal/Reprodução)
O efeito das aglomerações por conta do feriado de Corpus Christi pode ter impulsionado a incidência dos casos em Minas Gerais. Mesmo com estabilidade, o crescimento da doença no estado foi de -1%, em 7 de junho, para %2b13% em uma única semana.
Em números de internações, MG passou de -28% para 16% – já os dados de novas mortes permaneceu estável no estado, com crescimento nas regiões Nordeste, Noroeste e Sul.
Segundo a SES, o Sul de Minas confirmou 234.824 casos do novo coronavírus e 5.501 mortes. Ao todo, 209.765 pessoas se recuperaram da doença e 19.558 aguardam confirmação ou estão acompanhamento.
O estado de Minas Gerais confirmou 1.705.133 pessoas infectadas com a Covid-19 e 43.559 vidas perdidas – 1.568.531 pacientes estão recuperados e 93.043 casos estão em acompanhamento ou aguardando confirmação.
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