Uma operação de combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes em Belo Horizonte foi deflagrada pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) na manhã desta quinta-feira (17/6).
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A delegada Thais Dumond ressaltou, durante coletiva de imprensa, a importância da informação para que os números de violência infantil sejam diminuídos no Brasil. “A sociedade precisa entender e conhecer os sinais que as crianças nos dão para demonstrar que elas estão sendo vítimas de abuso sexual. Precisamos tratar e conhecer esse assunto. E mais, as crianças precisam também saber que elas não podem ser vítimas desse tipo de crime”, alertou.
Nos canais de comunicação da Polícia Civil é possível encontrar vídeos e cartilhas com orientações sobre como acontece e como denunciar crimes que são cometidos contra crianças e adolescentes.
Abuso infantil dentro de casa
Segundo a delegada Carolina Bechelany, entre as operações executadas nesta quinta (17/6), duas foram pela prisão preventiva de autores de estupro de vulnerável na Região Leste de BH. Os dois têm idades próximas de 50 anos e negaram aos policiais que cometeram os abusos.
O primeiro investiga um homem suspeito de abusar sexualmente da sobrinha dos 7 aos 9 anos de idade. De acordo com a policial, as investigações começaram em 2017 após o caso ser denunciado pela mãe da criança. Porém, o mandado de prisão foi cumprido somente nesta manhã.
"A criança começou apresentar alta mutilações. A partir deste momento, a mãe levou a menor até um psicólogo que revelou os abusos sexuais cometidos pelo tio", informou.
O segundo mandado de prisão foi cumprido contra um homem que abusou sexualmente de sua filha de 10 anos. O suspeito é monitor em uma escola infantil de Belo Horizonte.
De acordo com a delegada, a menina contou para mãe após sofrer o assédio, que denunciou o companheiro para a Polícia. "Não houve conjunção carnal. Para a escuta qualificada ela alegou que foi apenas uma vez. Mas para mãe, que ocorreram diversas vezes", disse Carolina.
A delegada disse que a escola onde o suspeito estava trabalhando será notificada sobre as investigações.
Cultura do estupro
Em outra operação, a Polícia Civil prendeu preventivamente dois homens, de 20 anos de idade, por participarem de um estupro coletivo contra uma adolescente de 15 anos. Segundo o delegado Diego Lopes, ao todo seis homens estão envolvidos no crime.
A jovem tinha um relacionamento com um dos suspeitos. No dia 18 de abril, ela foi convidada por ele para ir até uma casa no Bairro Piratininga, na Região Venda Nova. Chegando lá, outros dois homens já estavam no local.
"Ela foi para um quarto com ele de forma consensual. As circunstâncias foram acontecendo e ele decidiu chamar um amigo para que pudesse vê-la. Imediatamente ela já informou a ele que não concordava com aquela situação e que não era o que estava disposta a fazer”, relatou.
Segundo o delegado, a violência sexual perdurou por horas. Todos os seis homens praticaram algum tipo de abuso. “Três começaram a conjunção carnal. Os outros três chegaram a se despir e acariciar as partes íntimas da jovem”, acrescentou o policial.
Após contar o ocorrido para seus pais, a jovem e sua família foram ameaçados por dois homens suspeitos de estarem envolvidos no crime. De acordo com a PCMG, os irmãos gêmeos e seus parentes iam até a casa da adolescente para intimidá-la a não fazer a denúncia.
Diego Lopes ressalta que, assim como em outros casos de violência sexual, os suspeitos tentaram culpar a vítima pelo abuso cometido. Ele disse que os irmãos ainda admitem que o ato correu, mas que foi ‘consensual’.
“Entendemos que a situação ocorre pela cultura do estupro que infelimente está arraigada na nossa sociedade. Tanto que esse jovens foram ouvidos na Delegacia e a todo momento tentam desqualificar a jovem dizendo que os boatos eram que ela era vagabunda e ficava com outros rapazes”, disse o delegado.
Os dois jovens que foram presos são os únicos que têm passagem na Polícia por tráfico de drogas. Os outros quatro que ainda não foram aprisionados continuam sendo investigados. Segundo os policiais, o mandado de prisão para o grupo foi indeferido pelo Poder Judiciário.