É indiscutível a importância do mês de junho para a comunidade LGBTQI+. No dia 28, é comemorado o Dia Internacional do Orgulho LGBT, e durante todo o mês, as redes sociais e campanhas se enchem de arco-íris, bandeiras e hashtags celebrando a diversidade.
Mas para superar o preconceito contra a orientação sexual, é necessário que haja diálogo não só durante junho, mas ao longo de todo o ano. Esta é uma das missões do projeto Una-se contra a LGBTfobia, uma ação de extensão da universidade Centro Universitário Una.
O coletivo tem Belo Horizonte e Região Metropolitana como foco de trabalho. O projeto também dá suporte a outras unidades da universidade no interior de Minas Gerais.
Criado no primeiro semestre de 2011 pelo professor e pesquisador, Roberto Alves Reis, que se identifica como homem gay cisgênero, o Una-se já ganhou, duas vezes, o Prêmio Direitos Humanos e Cidadania LGBT. Hoje, o professor é o coordernador da ação.
O projeto tem o foco no ambiente universitário, mas com resultado na vida pessoal dos alunos e no ambiente de trabalho. O professor conta que o preceito é uma das principais causa de abandono escolar para a população LGBTIQA . Segundo ele, além do projeto, a universidade investe em medidas para combater a LGBTQI fobia e criar um espaço de “acolhimento e representatividade”.
"Uma boa formação para os nossos estudantes é também considerar diversidade e direitos humanos. O objetivo sempre foi pensar em que um profissional completo é ter um olhar plural empático e plural para uma sociedade que também é plural"
Roberto Alves Reis, professor
No último dia 4 de junho, o Una-se foi campeão do Desafio dos Coletivos LGBTQIA . A competição é organizada pela Mais Diversidade, que faz parte da Feira DiverS/A, o maior evento de empregabilidade LGBTQIA da América Latina. O grupo de cinco integrantes do projeto competiu com equipes de outros 10 coletivos.
A estudante de Psicologia da Una Ruth Pires, de 24 anos, é uma das integrantes que participou do desafio. Ela se reconhece como uma mulher negra cisgênero lésbica. “Nossa participação em eventos como a Feira DiverS/A é de extrema importância, pois os empregadores precisam olhar para nós como sujeitos capacitados”, conta.
Integrante do Una-se, Ruth relata como o coletivo acrescentou em sua vida. “Depois que entrei para o projeto, portas inimagináveis me foram abertas. Aprendi a me entender enquanto sujeito e enquanto futura profissional da psicologia negra e lésbica”.
Além disso, a estudante destaca a importância de ações como o Una-se para a comunidade LGBTQIA .
“Algumas empresas se autopromovem no mês de junho por causa do orgulho LGBTQIA , mas passam o resto do ano nos invisibilizando, não nos contratando para seus postos de trabalho e não destinando parte de seus lucros para os projetos a favor da diversidade”.
Precisamos de mais inclusão de negros, mulheres, indígenas e LGBTQIA e pessoas com deficiência nas empresas!
Ruth Pires, estudante
O projeto conta com apoio direto da universidade. Conforme o reitor da Una, Rafael Ciccarini, a ação “mostra aos alunos e alunas a importância de todas as vozes serem potencializadas”.
“O Una-se, para muito mais do que um projeto de extensão, tem o compromisso de formar profissionais diversos e qualificados. Ele oferece uma rede de acolhimento, de escuta, de trocas”, comenta o reitor.
“As instituições educacionais devem oferecer um ambiente saudável de convívio democrático e de valorização e respeito às diferenças. Devem promover discussões de temas relevantes como gênero, sexualidade, orientação sexual, relações étnico-raciais, reconhecimento, respeito, diversificando e capacitando cada vez mais seus docentes e colaboradores. E é isso o que o Una-se faz. Por isso, nosso projeto hoje é referência nacional de apoio à diversidade”, conclui Rafael.
Para saber mais sobre o projeto, acesse o site do Una-se ou siga no perfil oficial do Instagram:
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria