O Hospital São Lucas em Patos de Minas vai encerrar as atividades. Único credenciado do Sistema Único de Saúde (SUS) para recebimento de pacientes oncológicos da rede particular do Município do Alto Paranaíba, não tem mais condições financeiras de se manter. Segundo a diretoria, 97% dos pacientes da unidade são atendidos via SUS.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (21/6), a diretoria do São Lucas informou que a decisão sobre fechá-lo foi forçada por déficit na tabela de pagamentos do SUS, aumento de preços de insumos durante a pandemia e perda do atendimento de hemodiálise da unidade.
“O hospital recebe R$ 478 para manter paciente internado em UTI, mas o custo, por exemplo, no hospital de campanha R$ é de 1,7 mil”, disse o administrador, Willian Magalhães. Ele explicou ainda que nunca houve um reajuste na tabela dos Sistema Único de Saúde para que fossem equalizadas as contas e como a hemodiálise não é mais credenciada a defasagem se tornou mais evidente. Gonçalves afirmou que se houvesse um grande pacote de serviços SUS, a rotatividade poderia ajudar no equilíbrio das finanças.
O São Lucas tem com 150 leitos, sendo 90 de enfermaria e 60 UTIs. São 40 unidades para adultos e 20 neonatais. A ocupação média do hospital variava entre 80% a 90%, sendo praticamente todos os pacientes via SUS. Dados da diretoria apontam entre 600 e 800 atendimentos de oncologia, entre quimio e radioterapia. Com o fim do São Lucas, cirurgias oncológicas não serão mais realizadas em Patos de Minas.
Por contrato, a unidade precisa continuar atendendo por mais quatro meses, mas podem haver restrições, uma vez que há problemas orçamentários no hospital. A diretoria informou também que não houve interesse da prefeitura local de assumir o hospital.
A reportagem procurou a prefeitura de Patos de Minas para saber de impactos e possíveis soluções para a situação, mas até a finalização dessa reportagem não houve retorno.