O retorno das atividades presenciais do ensino fundamental a partir desta segunda-feira (21/6), na capital, foi autorizado por um decreto publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) no sábado (19/6). Porém, diversas escolas particulares optaram por adiar a volta às aulas, que deve ocorrer ao longo da semana.
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Segundo o SINEP/MG, até semana passada estava previsto que as escolas poderiam retornar com o ensino fundamental no esquema de bolhas de seis alunos. As escolas particulares se manifestaram afirmando que era inviável o retorno dessa forma.
“Ia ter que contratar professores, arrumar espaço físico. Enfim, fazer toda uma logística inviável na rede particular”, explicou o sindicato, por meio de sua assessoria de imprensa.
As escolas pediram, então, para que esse retorno fosse feito por meio de distanciamento, levando-se em conta o tamanho das salas e o número de alunos.
Como a mudança foi anunciada na tarde de sexta-feira (18/6) e o decreto foi publicado no sábado (19/6), o sindicato afirma que o tempo foi muito curto para as escolas prepararem uma logística de retorno das aulas nesta segunda-feira (21/6).
“As escolas precisam de um tempo para se adequar ao decreto. Havia uma dúvida se o distanciamento seria de 2 metros ou 1 metro e meio, como em São Paulo. Então, elas não tiveram tempo para se preparar.”
Volta às aulas seguindo o protocolo
O colégio Bernoulli foi um dos poucos que recebeu alunos do ensino fundamental nesta segunda-feira.
“Nesta segunda-feira estão retornando os alunos de 1° a 5° ano, que nós atendemos aqui na escola. Estamos recebendo os alunos seguindo o protocolo da prefeitura, de 2 metros de distanciamento por criança nas salas de aula e o número de crianças por turma varia, a depender do tamanho do espaço da sala. Mas é em média um terço dos alunos”, explica Andreza Félix, diretora do Bernoulli Go.
A diretora conta que o colégio fez uma pesquisa com as famílias sobre o retorno. “Fizemos uma série de reuniões e esclarecimento de protocolo e da dinâmica da escola. E essa pesquisa mostrou quase 80% de adesão ao retorno presencial, nas turmas de 1° a 5° ano. Não sabemos ainda se essa adesão vai se cumprir, mas a intenção das famílias foi nesse sentido.”
Segundo Andreza, além de uma série de adaptações físicas, a escola investiu na contratação de profissionais. “Auxiliares de classe, alguns docentes também para poder ampliar esse atendimento das famílias.”
O colégio fez ainda uma adaptação na sua rotina de higienização e treinamento de colaboradores. Criou um comitê local de enfrentamento a COVID, além de uma mudança na estrutura física.
“Foram destravadas as janelas, desinstaladas redes de proteção para que pudesse ter ventilação, aparelhos de ar condicionado foram desligados, instaladas uma série de sinalizações para marcar o distanciamento indicado na unidade”, explica a diretora.
Ela ainda falou sobre a decisão dos pais de mandar os filhos para o colégio neste momento.
“A gente entende que cada família deve tomar a decisão que for mais adequada para a sua situação. Mas, as famílias que trouxeram as crianças demonstraram ter confiança e segurança nos protocolos que nós apresentamos. Estamos com a educação infantil desde o dia 26 e temos tido um retorno tranquilo, desde a reabertura da escola em abril.”
Famílias e escolas devem avaliar a respeito do retorno
O SINEP/MG lembra, ainda, que o retorno é opcional.
“As famílias que se sentirem à vontade podem levar seus filhos, as escolas também vão avaliar quantos pais querem o retorno e os que querem continuar com as aulas on-line. Cada escola vai se adaptar de acordo com sua realidade. Depende do núcleo da comunidade escolar e da maneira que ela se comporta. O importante é ter dado essa possibilidade para as famílias que precisam deixar os filhos na escola. Crianças que, às vezes, têm mais dificuldade de aprender algo e precisam de um apoio presencial. Crianças em período de alfabetização que é muito importante o atendimento presencial para poder efetivar escrita e leitura.”
O sindicato ressalta que a maior parte das escolas particulares deve retomar as atividades presenciais ao longo da semana, precisando apenas de um tempo para se adequar ao decreto.
É o caso dos colégios Maristas Dom Silvério e Padre Eustáquio que retornam com as aulas do Ensino Fundamental, de forma gradativa, a partir desta terça-feira (22/6) começando pelo 1º ano do Ensino Fundamental.
De acordo com a assessoria das duas escolas, “com o objetivo de informar as datas de retorno de cada turma e sobre as novas medidas de segurança adotadas pelos colégios, estão sendo realizadas reuniões virtuais desde segunda-feira (21/6) com os familiares dos alunos."
*Estagiária sob supervisão do subeditor João Renato Faria