A manhã desta quarta-feira (23/6) foi de expectativa para mais crianças que retornaram às atividades presenciais no Colégio Santo Antônio, localizado no Bairro Funcionários, Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
O médico Ricardo Souza Quadros, de 46 anos, foi levar os dois filhos, de 7 e 10 anos, à escola, depois de mais de um ano de aulas on-line.
Ele conta que as expectativas de cada um dos filhos era diferente: “O de 10 sempre foi muito sociável e gostava de se encontrar com os coleguinhas. Acho que ele já estava se acostumando com essa história de ficar em casa. A escola não estava pegando tanto no pé”.
Para Ricardo, o filho mais velho já não estava querendo tanto retornar, diferentemente do caçula. “Quando ficou sabendo que no revezamento um outro coleguinha, que é muito amigo dele, ia voltar também, achou super bacana. Já o de 7 estava adorando a ideia.”
O pai explica que, na sexta-feira (18/6), depois do anúncio de liberação das aulas presenciais, o colégio colocou uma enquete no site. Ele respondeu que queria que os dois filhos pudessem ter as aulas presenciais na mesma semana e recebeu a informação de que ele poderiam voltar nessa quarta-feira.
Segundo o médico, o colégio não informou como foi feita a escolha e nem a porcentagem de pais que concordariam em levar as crianças. Ainda assim, o pai afirma ter se sentido seguro em deixar os filhos voltarem ao colégio.
“Eles explicaram como ia ser o procedimento. Nós deixariamos as crianças na porta, eles seriam encaminhados para as salas, com divisões e uso de máscara. Os protocolos foram bem delineados. Fiquei muito tranquilo em relação aos meus meninos, eles já estão com uma consciência do COVID muito grande. Que não pode tirar a máscara e ficar abraçando coleguinha, nem ficar aglomerando.”
Aulas on-line e problemas na alfabetização
O pai conta que os filhos tiveram problemas com as aulas on-line e estava feliz que tenham voltado para o presencial.
“A experiência do de 7 anos, em fase de alfabetização, foi muito mais complicada. A gente teve que recorrer a uma professora particular para tentar ajudar. Ele apresentou dificuldade com as letrinhas. A fase de alfabetização foi muito prejudicada. O de 10 anos já tem uma experiência para estudar, mas a aula on-line era muito fraca. Tinha hora que eu chegava no quarto e ele estava deitado na cama fazendo outra coisa. As provas e a cobrança eram bem menores”, conta.
E completou: "Numa adversidade, a aula on-line foi o que era possível, realmente, mas é muito aquém da presença na escola, a sociabilização, a cobrança da professora, a disciplina... O que representa uma escola."
Ricardo conta que conversou com os filhos após a aula e que eles gostaram da experiência de voltar ao convívio dos colegas e seguros no ambiente escolar.
Retorno gradativo
Pelo decreto publicado no sábado (19/6) pela Prefeitura de BH, as escolas estão liberadas para receber os alunos do ensino fundamental a partir dessa segunda-feira (21/6).
Os colégios particulares podem retomar as atividades para os alunos do 1° ao 9° ano e têm autonomia para decidir a data de reabertura.
Já na rede municipal, a volta às aulas é destinada para as crianças até o 3° ano.
Já na rede municipal, a volta às aulas é destinada para as crianças até o 3° ano.
As escolas da rede privada optaram por fazer o retorno de forma gradual, já que muitas alegaram não ter tido tempo suficiente para se adequarem às medidas determinadas no decreto.
Por esta razão, na segunda (21/6), poucos colégios conseguiram iniciar as atividades, caso do Colégio Bernoulli Go e do Instituto Educacional Saramenha.
Na terça-feira (22/6), mais instituições de ensino reiniciaram as aulas presenciais, como o Marista Dom Silvério e o Instituto da Criança.
Nesta quarta-feira (23/6) foi a vez dos colégios Santo Aogstinho, Santo Antônio, Logosófico, Nossa Senhora da Piedade e as três unidades do Santa Maria (Floresta, Nova Suíça e Pampulha).
Nesta quarta-feira (23/6) foi a vez dos colégios Santo Aogstinho, Santo Antônio, Logosófico, Nossa Senhora da Piedade e as três unidades do Santa Maria (Floresta, Nova Suíça e Pampulha).
Algumas escolas da rede particular decidiram retomar as aulas presenciais só a partir de agosto, após o recesso escolar de julho – opção feita pelo Colleguium e pela Escola Americana.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina