Jornal Estado de Minas

IMUNIZAÇÃO

'Frustração pela demora': pessoas de 55 anos são vacinadas em BH

Após atrasos, conflitos políticos e ansiedade da população, a fila da vacinação contra a COVID-19 por faixa etária voltou a andar nesta quinta-feira (24/6) em Belo Horizonte. Nos postos fixos e de drive-thru, as pessoas de 55 anos começaram a receber a primeira dose do imunizante. 





A campanha para o público geral estava interrompida na capital desde o dia 11 junho. Segundo a administração municipal, o quantitativo de doses que haviam sido entregues pelo governo de Minas nas remessas anteriores não eram suficientes para dar andamento na imunização naquele momento.

O anúncio da PBH da ampliação para o público veio apenas no fim da tarde desta quarta-feira (23/6), após a cidade receber um novo carregamento de 113.854 doses da AstraZeneca. Até o dia 30 de junho, cerca de 63 mil moradores da cidade com idade entre 55 a 53 anos são esperados para receberem a proteção.

Cláudia Perculiano, de 55 anos, recebeu a primeir dose da vacina nesta quarta-feira (24/6) (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
“As questões políticas acabam influenciando demais em tudo. Em todas as soluções e toda demora. Ficamos meio que na mão de ninguém, porque são tantas as divergências que não resolvem nada”. O relato é de Cláudia Perculiano, de 55 anos, vacinada no posto drive-thru da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).





Em entrevista ao Estado de Minas, a comerciante, dona de uma gráfica, contou que se contaminou com coronavírus e acabou transmitindo para o restante de sua família em maio. “Eu senti a impotência que é se contaminar e transmitir para outras pessoas e, para mim, foram meus familiares, que são as pessoas mais importantes para a gente. É uma situação que não imaginamos viver”, informou.

José Carlos Gomes, de 55, relatou o alívio ao receber a vacina contra a COVID-19 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O mesmo foi sofrido por José Carlos Gomes, de 55, imunizado na manhã desta quinta-feira na UFMG. “Eu e meu filho contraímos. Mas tivemos apenas sintomas leves, graças a Deus. Nós vemos algumas pessoas que ficam mais graves. Temos que entender essa doença e o estrago que ela está fazendo na vida das pessoas”, disse o motorista de aplicativo.

Lentidão de vacinação se reflete em aumento de casos


A lentidão na imunização em todo o país acaba refletindo no aumento de infecções pelo vírus. Cláudia, José Carlos e outros milhares de brasileiros continuam sendo expostos ao risco de letalidade causada pela COVID-19 enquanto as aplicações das vacinas seguem com o ritmo arrastado.





Nesta quarta (23/6), o Brasil registrou mais um recorde diário de novos casos com 115.228 contaminações identificadas, de acordo com dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass).

“Acho que está abalando todo mundo. Durante esse período de pandemia já passei até a usar antidepressivos porque sou uma pessoa que sempre gostou muito de receber pessoas na minha casa, porém isso não pode acontecer agora. Acaba que tivemos de mudar os costumes das nossas vidas”, disse a comerciante.

“É muito frustrante. Acho que não só eu, mas todos os brasileiros querem se vacinar para nos vermos livres dessa situação. O tempo tentei andar protegido com o meu carro, não fico em aglomerações, mas estava ansioso para chegar a minha vez. Quando chegou não esperei duas horas e fui correndo me vacinar”, relatou o motorista de aplicativo.





Saudade da vida antes da pandemia


Gláucia Vieira, de 55 anos, é dona de casa e teve que transformar sua rotina para garantir os cuidados com o coronavírus, principalmente por meio do isolamento social. Para ela, da mesma maneira que é recomendado pelas autoridades sanitárias, as prevenções são necessárias, mas sente falta do período antes do surgimento da pandemia

“O meu sentimento era de esperança de que a vacina chegasse e pudesse voltar para nossa vida normal. Tentava fazer algumas atividades dentro de casa, mas é uma nova vida, né? Um período difícil”, disse.

Depois de cerca de duas semanas de atrasos, Gláucia disse que esperou pelo início da vacinação para sua faixa etária com ansiedade. “Demorou muito. Estou em casa durante todo esse tempo. Não saio para nada, somente em casos necessários mesmo, como em caso de saúde e emergência. Está melhorando aos poucos, mas, mesmo assim, a vacinação está muito lenta”, relatou.




 

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Quais os sintomas do coronavírus?

Desde a identificação do vírus Sars-CoV2, no começo de 2020, a lista de sintomas da COVID-19 sofreu várias alterações. Como o vírus se comporta de forma diferente de outros tipos de coronavírus, pessoas infectadas apresentam sintomas diferentes. E, durante o avanço da pesquisa da doença, muitas manifestações foram identificadas pelos cientistas. Confira a relação de sintomas de COVID-19 atualizada.





O que é a COVID-19?

A COVID-19 é uma doença provocada pelo vírus Sars-CoV2, com os primeiros casos registrados na China no fim de 2019, mas identificada como um novo tipo de coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro de 2020. Em 11 de março de 2020, a OMS declarou a COVID-19 como pandemia.

(foto: Hudson Franco/EM/D.A Press)

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