Uma escola indígena, situada em aldeia da etnia Xacriabá, no município de São João das Missões, no Norte de Minas, foi incendiada na madrugada desta quinta-feira (24/6). De acordo com a Polícia Militar, o incêndio foi criminoso. Ninguém ficou ferido.
Uma equipe da perícia criminal da Polícia Civil foi deslocada até o local para fazer levantamentos. De acordo com fonte da PM, a suspeita é de que o ato criminoso pode ter sido praticado por integrantes da própria reserva indígena, motivado por disputa de liderança entre eles.
O caso ainda será investigado pela Policia Civil e pela Polícia Federal.
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O fogo atingiu a escola indígena Xukurank (estadual), localizada na Aldeia Barreiro Preto, distante 35 quilômetros da sede de São João das Missões. As chamas também destruíram a casa de medicina tradicional indígena, situada na escola.
Os xacriabás respondem por 70% da população do município, que conta com 11,7 mil habitantes.
Na quarta-feira (23/6), um grupo de integrantes da reserva Xacriabá interrompeu a passagem de veículos na BR-135, entre São João das Missões e Itacarambi, em protesto contra a votação na Câmara dos Deputados do projeto de lei 490, que trata da demarcação de terra indígenas. Mas não foi verificada ligação entre o protesto e o incêndio criminoso.
A escola Xukurank conta com cerca de 200 alunos do ensino fundamental e médio. Atualmente, eles não têm aulas presenciais por causa da prevenção contra o coronavirus (COVID-19).
De acordo com informações da Polícia Militar, foi ateado fogo em três prédios da escola, que ficam separados por distâncias que variam de 50m a 100m. O fogo atingiu os prédios da casa de medicina tradicional indígena (onde também funciona a cantina), da sala de informática e secretaria da escola.
Além de eletrodomésticos, utensílios da cantina e produtos de medicina tradicional, as chamas destruíram computadores e os arquivos da secretaria, consumindo documentos dos alunos da escola.
Nota da Polícia Civil
Na tarde desta quinta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio de nota, informou que auxilia nas investigações sobre as causas do incêndio que atingiu a escola da aldeia xacriabá.
A Polícia Civil lembra que a competência para investigar crimes “dessa natureza" (cometidos contra as comunidades indígenas) é da Polícia Federal (PF). Destacou que “em colaboração aos trabalhos investigativos”, deslocou uma equipe da perícia criminal de Montes Claros até a área indígena para fazer “todos os exames necessários.”
“Assim que o laudo pericial estiver concluído, a PCMG enviará à PF”, conclui a nota.