Jornal Estado de Minas

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Zema sobre vacinas em MG: 'Não tem município prejudicado ou beneficiado'

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), diz ter explicado ao prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que a distribuição de vacinas antiCOVID-19 às cidades do estado segue critérios técnicos. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, nesta segunda-feira (28/6), o chefe do poder Executivo estadual detalhou a conversa telefônica com Kalil. Zema contou ter garantido ao responsável pela administração belo-horizontina que não há nada a esconder sobre o tema.



A ligação havia sido revelada na semana passada por Kalil, também ao EM. Após tratar com Zema, em 19 de junho, um sábado, o prefeito falou com Fábio Baccheretti, secretário de Estado de Saúde, que esmiuçou as determinações do Ministério da Saúde, seguidas por Minas Gerais.

“A distribuição de vacinas que o estado faz é totalmente técnica. Não há nenhum município prejudicado ou beneficiado. O que há, sim, são prefeitos — posso dizer que os 853 — que gostariam de receber mais vacinas”, afirmou o governador.

Segundo Zema, os números que detalham os repasses de vacinas aos municípios estão à disposição do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Associação Mineira de Municípios (AMM) para monitoramento.



“A conversa foi muito rápida e tranquila. Ele (Kalil) questionou o número de vacinas, eu falei para ele: ‘Os números estão disponíveis. O secretário, inclusive, vai ligar para o senhor e dar detalhes que eu não tenho’. Não teve nenhuma discussão. Falei com ele: ‘Nós não temos nada a esconder, os números estão abertos para todos os prefeitos’”, explicou. 

Ao tratar da capital mineira, o governador lembrou que a cidade tem, em termos porcentuais, mais imunizados que a média estadual. Há cerca de duas semanas, o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, criticou o fato de esperar uma remessa com cerca de 70 mil doses, mas receber frascos suficientes para 19 mil injeções.

“BH, até por ter mais profissionais de saúde e mais profissionais de segurança proporcionalmente do que o restante do estado, recebeu mais doses”, explicou, lembrando que os primeiros lotes de injeções foram repassados seguindo diretriz federal sobre grupos prioritários, como trabalhadores assistenciais e idosos.



Ainda conforme Zema, a chegada de carregamentos do composto produzido pela Pfizer alterou positivamente o cenário da vacinação em solo belo-horizontino. “Esses dois lotes de vacinas fizeram com que a capital andasse num ritmo muito maior do que as demais cidades do estado”.


Kalil fala em situação 'apaziguada'


Na semana passada, em sabatina com jornalistas do Estado de Minas, Alexandre Kalil garantiu a resolução do imbróglio. "Assunto superado. Conversei com o Fábio (Baccheretti), secretário de Saúde do estado. O Fábio entrou em contato com o Jackson (Machado Pinto), o nosso secretário (de Saúde). Eu conversei com o governador (Romeu Zema, do Novo). Parece que está tudo combinado. Está apaziguado”, assinalou.

O pessedista comemorou a pacificação: “Eu falei: 'governador, se a gente quiser guerrear um dia, nós vamos guerrear. Mas agora não é hora disso. Agora é hora de abraçar todo mundo'. Fui tratado com muita cortesia e o tratei com muita cortesia".



À época do impasse, interlocutores da Prefeitura de Belo Horizonte chegaram a aventar a possibilidade de o desencontro ter origens eleitorais, visto que Zema é pré-candidato à reeleição. Kalil, por seu turno, é tido como iminente candidato ao Palácio Tiradentes.

 

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