Todas as linhas de ônibus de Pouso Alegre, no Sul de Minas, vão continuar operando normalmente em julho. Este é o acordo feito pela prefeitura e a Expresso Planalto, concessionária do transporte público, após a empresa chegar a anunciar que paralisaria algumas operações a partir do dia 1º por causa do desequilíbrio econômico do contrato causado, principalmente, pela pandemia de COVID-19.
A promessa de não paralisar as linhas veio com uma contrapartida do prefeito Rafael Simões (DEM): a administração deve encaminhar, nos próximos dias, um projeto de lei à Câmara de Vereadores que propõe a criação de um Fundo Municipal do Transporte.
A proposta chegou a ser comentada em uma sessão extraordinária no Legislativo de Pouso Alegre nesta segunda-feira (28/6).
Segundo o diretor de negócios da Expresso Planalto, Roberto Torres Santana, o fundo seria criado com dinheiro público e de empresas privadas, de forma a garantir que a tarifa continue em R$ 3,90, mas com um subsídio para que a empresa possa manter a operação com todos os 58 carros, linhas e horários previstos no contrato de concessão, assinado em 2019.
Segundo nota da prefeitura, o fundo "dará suporte às políticas públicas relacionadas a melhorias do transporte coletivo à população". O presidente da Câmara, Bruno Dias (DEM), disse que, assim que o projeto for encaminhado, será analisado com a maior rapidez possível.
Portanto, o impasse que persistia há mais de uma semana está, por enquanto, solucionado. Os ônibus que já operam hoje na cidade (36, sendo oito reservas) vão continuar circulando nos horários e trajetos que foram determinados durante a pandemia.
Também como parte do acordo fechado nesta terça-feira, a Expresso Planalto deve enviar, nos próximos dias, a planilha completa de gastos e ganhos, como uma forma de "abrir as contas" para justificar a criação do Fundo Municipal.
Apenas após a criação do fundo é que a retomada dos horários e itinerários pré-pandemia deve ser discutida.