O comandante do 22º Batalhão de Polícia Militar (BPM), tenente coronel Gibran Maciel, determinou a abertura de inquérito para esclarecer a morte de um jovem, Ryan Pablo da Silva Martins Ribeiro, de 18 anos, que seria traficante, e morreu vítima de dois disparos de revólver, na Rua Caraça, altura do número 1.700, na Vila Marçola, no Aglomerado da Serra, no final da tarde dessa segunda-feira (28/6). Um sargento do 22º BPM teria sido o autor dos disparos, mas segundo as primeiras apurações, ele teria agido em legítima defesa.
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Policiais do 22º BPM participavam de uma operação no Aglomerado da Serra - esta ainda continua -, que visa a prevenção de homicídios e combate ao tráfico de drogas.
Segundo o boletim de ocorrências (BO), o sargento, em companhia de um soldado, caminhava pelo Beco da Coca, local conhecido pelo tráfico de drogas, dominado por uma organização intitulada Organização Terrorista Arara (OTA), integrante da Gang da Igrejinha. O beco dá acesso ao ponto de venda de drogas de organizações criminosas.
Ao se aproximarem de outro beco, o do Martinho, os policiais escutaram sons de rádio-comunicadores. O sargento fez, então, um alerta, via rádio, a outros policiais que participavam da operação e que estavam na Rua Doutor Alípio Goulart. O militar pediu a um cabo que fechasse o Beco do Martinho e caminhasse no sentido do Beco da Coca.
No cerco, cinco homens foram avistados, todos carregando sacolas. Eles investiram contra os policiais. O sargento e o soldados deram ordem para que parassem e se rendessem, o que não foi obedecido.
O sargento atracou-se com um dos homens, mas logo outros dois homens o atacaram. Um lhe dava chutes no colete. O segundo tentou pisar em sua mão direita, onde tinha um revólver. Nesse mesmo instante, Ryan tentava pegar a arma.
Foi aí que o sargento fez um disparo. O grupo, no entanto, continou a agredi-lo e ele fez então um segundo disparo. Dois dos homens fugiram, enquanto à sua frente, o militar percebeu que um homem estava caído, ferido, mas ainda respirando. Um segundo agressor, conhecido por Pedro, foi capturado, enquanto três homens, segundo os policiais, conseguiram escapar, fugindo pelo Beco da Coca.
O sargento pediu ajuda do Samu e Ryan foi levado para o Hospital do Pronto-Scorro João XXIII, juntamente com Pedro. Ao chegarem ao hospital, Ryan foi levado para a cirurgia, mas não resistiu e morreu logo ao dar entrada no hospital. Na gaiola da viatura, os policiais encontraram um pó branco espalhado no chão e dois pinos de cocaína ainda intactos. Pedro admitiu que ele cheirou a cocaína que pertencia a Ryan.
No local, onde Ryan levou os tiros, os policiais encontraram uma sacola, que pertenceria a ele. A irmão do rapaz, Ana Lívia, de 22 anos, estava revoltada, mas admitiu que o irmão seria traficante. Na sacola, havia 180 buchas de maconha, duas porções da erva, R$ 410 em dinheiro, um rádio-comunicador e um celular, que será periciado.
O sargento foi afastado do serviço e sua arma recolhida. Já se sabe que dois cartuchos foram deflagrados, mas na opinião dos policiais que estavam na operação, e também dos que participam da investigação, ele agiu em legítima defesa.
Revolta e fogo
Na tarde desta terça-feira, um ônibus que atende ao Aglomerado da Serra foi incendiado por moradores da Vila Marçola, que protestaram contra a morte de Ryan. O caso está sendo investigado. A polícia procura pelos autores do incêndio no coletivo.