Jornal Estado de Minas

INJEÇÃO DE SONHOS

Vacinado a caminho do altar em Belo Horizonte


"Foi uma luta chegar ao dia de hoje. Mas graças a Deus consegui me vacinar". Léo Mendonça tem 51 anos, é músico e se sentiu aliviado ao tomar a vacina contra a COVID-19 ontem em Belo Horizonte em um posto de saúde do Bairro São Francisco, na Região da Pampulha. O músico precisou adiar o casamento de junho de 2020 para setembro deste ano e agora deve curtir a cerimônia e a lua de mel com a segunda dose da vacina no braço ao lado da companheira Márcia Neves, de 39.





O pedido de casamento foi feito no Natal de 2018 e, de lá pra cá, o casal vem idealizando a celebração. "Em fevereiro de 2020, fui a São João Del Rei – onde a Márcia mora – para passar o carnaval. Logo voltei para BH e tivemos a notícia da pandemia", contou. O casamento estava marcado para junho e foi em maio, às vésperas e com tantas incertezas sobre quando a situação seria controlada, que foi cancelado. "Já está tudo pago mas, mais uma vez, precisamos adiar", contou.

O músico passou 11 difíceis meses longe da companheira diante do medo da contaminação do novo coronavírus. "Estávamos cumprindo o isolamento social e com muito medo. Foi apenas em janeiro deste ano, após a vacinação dos pais dela, que nos reencontramos", contou. O casal passou meses discutindo sobre a data de quanto poderiam celebrar em uma festa intimista com mais 30 pessoas. "Apenas os padrinhos e madrinhas", contou ele.

Foi quando decidiram marcar para 25 de setembro. O plano é, em seguida, embarcar para Gramado, no Rio Grande do Sul. "A viagem foi um presente de um dos padrinhos, marcamos algumas vezes, mas agora estamos otimistas", contou.






O sentimento foi de alívio ontem."Por coincidência, a segunda dose da vacina será tomada –se tudo caminhar conforme o calendário – quatro dias antes do casamento. Ficamos muito felizes", celebrou. Agora, a expectativa é que a noiva, de 39 anos, seja vacinada também antes da data. "Esperamos que pelo menos a primeira dose", contou. No calendário divulgado pelo governo de Minas, consta que até setembro toda a população acima de 18 anos será vacinada com pelo menos a primeira dose. "Esperamos por essa data por tanto tempo.Já temos a nossa casa pronta e planejamos ter filhos", contou.

Reclamação na fila

Marli Pinto tentou receber a dose em drive-thru não destinado para sua faixa etária, teve que procurar outro posto e questionou: ''O objetivo não é vacinar?'' (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Se o dia foi de alegria para Léo, Marli da Conceição Pinto, de 55 anos, teve outro sentimento. O de chateação, ao tentar se vacinar no drive-thru da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região da Pampulha, e não ter sido atendida, porque o ponto não estava destinado à imunização de sua faixa etária.

Pela norma da prefeitura, reafirmada a cada novo lote e ampliação dos chamados a se vacinar,  os moradores devem comparecer aos postos fixos e de drive-thru destinados a seu grupo – disponíveis no site da administração municipal –, caso contrário, podem ficar sem o imunizante e ter que procurar outro local. Foi o que aconteceu com Marli, que nem por isso deixou de reclamar: “Está vazio. Não tem um carro atrás e não posso me vacinar. Moro aqui na região. Então, o objetivo não é vacinar? Não é prevenir? Se a pessoa está com o documento vacine e pronto acabou”, reclamou Marli.





Balanço

BH chegou à marca de 1.078.807 vacinados contra a COVID-19 com a primeira dose nesta terça. Outras 423.011 receberam a segunda. Portanto, a capital mineira vacinou 52,9% do seu público-alvo com a primeira injeção. E 20,8% desse mesmo contingente completaram o esquema vacinal, segundo dados do boletim epidemiológico de ontem de BH. Em relação ao boletim anterior, a prefeitura contabilizou 12.650 aplicações de vacinas em BH: 9.978 de primeira etapa e 2.672 de segunda. Hoje, serão vacinados moradores de 50 anos, sem comorbidade, além de pessoas que deixaram de tomar a segunda dose da CoronaVac e população de rua. 

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O que é a COVID-19?

A COVID-19 é uma doença provocada pelo vírus Sars-CoV2, com os primeiros casos registrados na China no fim de 2019, mas identificada como um novo tipo de coronavírus pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em janeiro de 2020. Em 11 de março de 2020, a OMS declarou a COVID-19 como pandemia.


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