Jornal Estado de Minas

IGNOROU PLANO NACIONAL

Prefeito suspende vacinação de detentos contra a COVID-19 em Patos de Minas

A Prefeitura de Patos de Minas, no Alto Paranaíba, decidiu ignorar o Plano Nacional de Imunização e suspendeu por tempo indeterminado a vacinação contra COVID-19 de presidiários. O prefeito Luís Eduardo Falcão (Podemos) disse que "não faz sentido nenhum" a prioridade desse grupo, o que contraria a visão de especialistas.




 
"Realmente está previsto pelo Plano Nacional de Imunização, mas não faremos isso não. Não faz sentido nenhum as pessoas que estão na rua trabalhando desde o início da pandemia e não cometeram nenhum crime serem vacinadas depois que os presos, que estão isolados", divulgou o gestor municipal na sua conta no Instagram.
 
Leia também: Por que especialistas defendem que presos estejam entre grupos prioritários na vacinação contra a COVID-19 
 
O início da imunização ocorreria nesta segunda-feira (5/7) com 250 doses. Luís Eduardo Falcão reforçou que os detentos estão isolados, e garantiu imunização para policiais, agentes e todas as equipes que circulam no presídio da cidade. “Vacinaremos os detentos sim, mas não com prioridade”.  
 
 
 
Em Minas Gerais, a imunização de pessoas presas já acontece e o balanço do governo aponta pelo menos 6,8 mil detentos já foram vacinados.
 

'Incubadoras de doença'

 
Especialistas em saúde pública ressaltam que o alto risco de exposição nas prisões e o impacto não apenas sobre detentos e funcionários, mas também na população das cidades onde estão localizadas, fazem com que seja crucial incluir os presidiários entre os primeiros a serem imunizados. 




 
"Prisões são incubadoras de doenças, incluindo a COVID-19", diz à BBC News Brasil o especialista em bioética Arthur Caplan, professor da Escola de Medicina da Universidade de Nova York. A reportagem foi publicada originalmente em dezembro.
 
"Você não vai querer ter em sua região um lugar que está espalhando a doença. Guardas, pessoal de limpeza, fornecedores de comida, visitantes, muita gente entra e sai das prisões. É preciso controlar (a propagação da doença nas prisões)." 
 
O especialista em saúde pública William Lopez, professor da Universidade de Michigan, observa que é comum a ideia de prisões como fortalezas onde ninguém entra ou sai, mas na realidade essas instalações costumam ter grande movimento de pessoas.
 
"Há pessoas entrando e saindo de prisões o dia inteiro, como presos que foram libertados, guardas ou outros funcionários. Essas pessoas estão entrando em um local de alta densidade e risco e depois voltando para casa em suas comunidades", diz Lopez à BBC News Brasil. 
 
Leia a reportagem completa aqui
 
Com BBC News Brasil 




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