A decisão foi tomada pela manhã, durante reunião on-line do Conselho Geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG). O retorno de parte dos estudantes às escolas estaduais está marcado para a próxima segunda-feira (12/7).
De acordo com o governo de Minas, 1.123 escolas já podem oferecer aulas presenciais na rede estadual de ensino, em 266 municípios, entre eles a capital mineira. A lista foi disponibilizada ontem e pode ser consultada no site da Secretaria de Estado de Educação ( www.educacao.mg.gov.br).
"A categoria continuará disponível para a prestação do trabalho remoto e espera que, nesse momento da pandemia, essa modalidade de ensino e aprendizagem não seja impedida pelo governo de Minas. A greve se aplicará nos locais onde houver convocação para trabalho presencial", informou por meio de nota.
O objetivo, segundo a categoria, é proteger a vida dos educadores e dos estudantes e das comunidades escolares. Cerca de 300 pessoas participaram da votação on-line.
A atividade foi realizada pela categoria após o governo do Estado anunciar o retorno presencial das aulas de forma híbrida no dia 5 para os professores e no dia 12 de julho para estudantes.
A categoria destaca que o governo modificou os parâmetros para o retorno presencial nos municípios, incluindo a onda vermelha. "A vacinação no estado segue lenta, nível alto de ocupação dos leitos de UTI, e as escolas sem condições estruturais para garantir segurança sanitária”, destacou.
O sindicato ainda aponta a ocupação de leitos de UTI do SUS exclusivos para COVID-19 em Minas: 68,48%. "Se comparados os dados do dia 6 de julho com os de hoje, o número de mortes nas últimas 24h aumentou mais de oito vezes, saindo de 28 para 230 vítimas. Até o momento, mais de 47 mil mineiros e mineiras morreram com a pandemia", aifirmou.
Também ficou decidido pela participação da categoria no ato contra o governo de Jair Bolsonaro em 24 de julho pela vacina e em defesa da vida. No dia 28, ocorrerá novo encontro do Conselho Geral do sindicato para a avaliação da greve sanitária e a data de realização da assembleia.
Na semana passada, o sindicato já havia orientado os pais contra o envio dos estudantes às escolas.
A categoria publicou duas notas de pesar nesta semana por causa das mortes dos professores Maria Aparecida Maia Chelone Aleixo, de 62 anos, e Weine Franca Oliveira, de 54, vítimas do novo coronavírus.
Governo do estado explica retorno às aulas
Sobre a greve convocada pelo sindicato da categoria para a próxima semana, a Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) informou, por meio de nota, que vai acompanhar a adesão ao movimento nas escolas estaduais, ''mas reitera que o processo de retomada das atividades presenciais segue planejado com todo cuidado e segurança, com ações de acolhimento dos profissionais nas unidades escolares'' nesta semana e preparação para o retorno dos estudantes no próximo dia 12.
A SEE ainda reforçou que a retomada das atividades presenciais nas escolas da rede estadual está acontecendo "de maneira segura, híbrida, gradual e facultativa, seguindo rigorosamente todos os protocolos sanitários da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG)".
Ainda segundo a nota, "todas as escolas realizaram um checklist criterioso para aplicação das adequações necessárias no ambiente, com regras de distanciamento e disponibilização dos equipamentos de proteção e produtos de higiene e limpeza".
De acordo com a SEE, as regras de retorno também incluem um monitoramento de casos suspeitos da doença, com afastamento progressivo de alunos, turmas e até o fechamento de escolas, em caso de necessidade. "Destacamos que o acompanhamento fino das duas primeiras semanas de retomada confirmou que as escolas estão seguindo bons procedimentos de segurança sanitária, não tendo sido registrado nenhum caso de COVID-19 nas escolas desde o início das atividades com os alunos."
Como vai funcionar?
Essas instituições estão em municípios de regiões que permanecem na onda vermelha do Programa Minas Consciente, nos quais não há impedimento para o retorno por parte das prefeituras. Em Belo Horizonte, 37 instituições estão na lista.