Os empregados da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) entraram em greve nesta segunda-feira (12/7) por tempo indeterminado. Em protesto contra o reajuste do salário dos trabalhadores pelo Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC), a categoria se reuniu nesta manhã em frente à porta da empresa, no Bairro Buritis, Região Oeste da capital.
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Após continuarem sem um posicionamento da BHTrans, o líder sindical disse que uma nova manifestação será realizada na próxima quarta-feira (14/7), também na sede da empresa. Segundo Gilberto, a companhia se mantém resistente aos pedidos da categoria.
“Nós vamos concentrar no máximo 50 pessoas por dia, com intervalos, para evitar aglomerações. Aqueles que não puderem comparecer podem acompanhar todo o movimento feito por meio de lives do sindicato”, informou.
Além do reajuste salarial, o Sintappi também luta contra os impactos da possível extinção da BHTrans. A Câmara Municipal (CMBH) e a Prefeitura de Belo Horizonte já discutem o fim da empresa e criação de uma Superintendência de Mobilidade, com funções semelhantes às da autarquia.
O anteprojeto de lei que conduz a empreitada é de autoria do vereador Gabriel Azevedo (sem partido) e foi entregue à PBH na última quarta-feira (7/7). A mudança ocorre no mesmo momento em que supostas irregularidades cometidas para beneficiar empresários de ônibus são investigadas pelo Ministério Público de Contas e pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na CMBH.
“Os salários do pessoal de carreira já estão extremamente defasados. Com este projeto, que acaba com a empresa, os empregos estão em risco. São 1.088 famílias que dependem da BHTrans. Não podemos passar esse ano com essa expectativa de demissões ainda sem o reajuste dos salários. Por isso, estamos nessa luta”, afirmou Gilberto Pires.
Em nota, a BHTrans respondeu que "a adesão à greve é parcial e não prejudica os serviços prestados à população. Em relação à reivindicação dos empregados, a orientação para todos os órgãos, secretarias e empresas públicas da Prefeitura de Belo Horizonte é a de não conceder reajustes salariais para os servidores e empregados públicos durante a pandemia. A medida está em conformidade com a Lei Complementar 173, que estabelece o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus."
Com informações de Cecília Emiliana