Jornal Estado de Minas

CONTRA ROMPIMENTO

Contenção para rejeitos de barragem em nível crítico é finalizada em Minas

Uma barreira de concreto para a contenção de rejeitos em caso de rompimento foi finalizada na última das barragens da Vale que se apresenta em nível 3 do programa de segurança, considerado em situação de ruptura iminente, e que não era dotada do sistema de prevenção. De acordo com a mineradora, foi concluída a contenção da Barragem Forquilha 3, da Mina de Fábrica, entre Ouro Preto e Itabirito, na Região Central do estado.



Já contavam com essa estrutura par interromper o fluxo de rejeitos em caso de rompimento as demais barragens em nível 3, que são a Sul Superior, na Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais, e a B3/B4, da Mina de Mar Azul, em Nova Lima, na Grande BH. Sistema similar também foi implantado no Rio das Velhas, em Nova Lima, para resguardar a operação da captação da Copasa para a Grande BH, em Bela Fama.

Com 95 metros de altura e 330 metros de comprimento, a contenção da Mina de Fábrica foi construída com a utilização de concreto e aço, "seguindo as mais rigorosas normas nacionais, as melhores práticas de engenharia e referências técnicas de entidades internacionais", afirma a Vale. A emprea informa que segue avaliando junto com a auditora técnica do Ministério Público a necessidade de ações complementares.

Localização das barragens de Grupo, Forquilha 1, 2, 3 e 4 no complexo da Mina de Fábrica (foto: Reprodução/Google Earth)
"A estrutura aumenta a segurança das pessoas que vivem em comunidades próximas e protege as Zonas de Segurança Secundária das barragens de Forquilha 1, 2, 3, 4 e Grupo, que incluem parte dos municípios de Itabirito, Raposos, Rio Acima e Nova Lima, além de três bairros de Belo Horizonte", informa a Vale.



A finalização da contenção abre caminho para que se iniciem os preparativos para a descaracterização das barragens Forquilhas I, II, III e Grupo, construídas pelo método a montante.

"O Programa de Descaracterização de barragens da Vale é baseado em informações e estudos técnicos e considera a especificidade de cada uma das 30 estruturas geotécnicas, compreendendo 16 barragens, 12 diques e dois empilhamentos drenados. O cronograma e demais informações sobre o andamento das obras estão disponíveis www.vale.com/esg", informou a mineradora.

Visão das barragens de Forquilha 1, 2, 3 e 4 do vale na Zona de Autossalvamento (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
Em Barão de Cocais, abaixo da Barragem Sul Superior, cerca de seis quilômetros depois da estrutura, foi construída uma contenção de 36 metros de altura e 330 metros comprimento encaixada no Vale do Rio São João, que é o caminho natural dos rejeitos em caso de rompimento.

A lama desprendida da Barragem Sul Superior teria ainda a capacidade de atingir o Rio Santa Bárbara, os municípios próximos de Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo, desembocando no Lagoa da Hidrelétrica de Peti e chegando até o Rio Piracicaba, afluente do Rio Doce, já devastado desde 2015 pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana.

No caso da Barragem B3/B4, da Mina de Mar Azul, em Nova Lima, foi erguida uma contenção com 33 metros de altura e 221 metros de comprimento, estando preparada para receber os cerca de 2,7 milhões de metros cúbicos de rejeitos - cerca de um terço do volume que se desprendeu da Barragem B1, em Brumadinho - e que levariam pouco mais de 15 minutos para chegar ao povoado de Macacos.



audima