Pouco mais de um mês após identificar irregularidades e decretar intervenção no sistema de saúde, a Prefeitura de Contagem recebe sinal verde para gastar até R$ 15 milhões na área. O dinheiro será aplicado para garantir a manutenção de serviços oferecidos nas cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), no Hospital Municipal e no Centro Materno-Infantil da cidade da Região Metropolitana de BH.
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Prefeitura de Contagem assume unidades de saúde de urgência e emergência Contagem registra primeira morte por COVID-19; vítima era profissional da saúdePolícia procura três veículos furtados dentro da Secretaria de Saúde de ContagemCirurgias ginecológicas são retomadas em Contagem após intervençãoApós queda de internações, Contagem desativa leitos exclusivos para COVIDO sinal verde para o gasto de R$ 15 milhões foi dado pelos vereadores da cidade. A prefeitura Marília Campos (PT) deve sancionar a lei que permite o uso dessa verba ainda nesta semana. A gestão municipal reforçou que o dinheiro será administrado pela própria prefeitura - não mais pelo IGH.
"O texto do projeto de lei deixa claro que este valor não se trata de nenhum tipo de aditivo ou repactuação ao contrato com o IGH, que termina em novembro deste ano. Da mesma forma, o aporte de recursos não isenta o Organização Social da apuração de eventuais irregularidades na sua gestão", argumenta a administração, em nota.
Irregularidades motivaram intervenção
No dia 9 de junho, a prefeitura anunciou intervenção nas unidades administradas pelo IGH após uma série de cobranças por parte de funcionários e fornecedores. A dívida chegaria a R$ 30 milhões. O instituto não teria mais comprado insumos para o atendimento básico e feito prestações de contas "irregulares".
Na época, a prefeita disse que, se a intervenção não fosse feita, a rede municipal de saúde entraria em colpaso. “Infelizmente não tivemos uma relação transparente com o IGH, que foi responsável por gerir parte da saúde do município nos últimos dois anos e meio", afirmou.
"Diante de tantos fatos que surgiram, como atrasos de salários, estruturas quase abandonadas, insumos em falta e sem clareza nas prestações de conta ao município, vimos que a situação estava se agravando”, complementou Marília Campos.
A superintendência do instituto rebateu ao alegar que o repasse era um valor menor que a quantidade de serviços prestados e realizados. Além disso, argumentou que a prestação de contas estava atrasada por causa da própria prefeitura, que demorava a analisar os documentos que eram enviados.
O Estado de Minas procurou o IGH para um novo posicionamento após um mês de intervenção, mas não obteve sucesso até esta publicação. Tão logo a organização responda as demandas, este texto será atualizado.