O
ex-secretário
suspeito de
assassinar
a ex-namorada
, de 23 anos, zombou aos policiais quando foi detido dentro de motel, no Espírito Santo. A Polícia Civil capixaba detalhou, nesta quarta-feira (14/7), a prisão de Anderson Christian de Oliveira, apontado como autor do homicídio de
Natália Epifânia de Oliveira
, em um sítio em
São Pedro do Suaçuí
, município com 5 mil habitantes do Vale do Rio Doce mineiro.
a prisão do ex-secretário municipal de Esportes da Prefeitura de São José do Jacuri
, uma pequena cidade também do Rio Doce. Ele foi detido em um
motel
da área central de Vitória (ES), já a cerca de 500 km do local do homicídio.
O assassinato ocorreu na madrugada de domingo (11/7) durante uma
festa
e dois dias depois, na terça-feira (13/7), aconteceu
Ironia
A delegada titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM) capixaba, Raffaella Aguiar, explicou que a equipe foi acionada pelas polícias de Minas Gerais, ao noticiar um crime de
feminicídio
que chocou a cidade de São José do Jacuri. Os agentes foram informados que o
suspeito havia fugido para Vitória (ES)
.
“Iniciamos diversas diligências com o uso de
inteligência
policial e intenso trabalho de campo, e logramos êxito em prendê-lo no final da tarde em um motel, no Centro de Vitória. Quando chegamos ao quarto do motel, indagamos se ele tinha ciência do motivo de sua prisão. Foi quando ele agiu de forma irônica falando: 'será que foi por causa de um homicídio?' E aí falamos: 'com certeza, e o senhor está preso'”.
A prisão foi comunicada à polícia de Minas Gerais e, após cumprir todas as determinações legais, o ex-secretário foi transferido para o Centro de Triagem de Viana (CTV), que fica a cerca de 10 km de Vitória. “Ele vai precisar de uma autorização judicial para que possa ser recambiado para o estado de origem (Minas Gerais) onde praticou o crime”, explicou a delegada.
A operação que resultou na prisão de Anderson Christian de Oliveira contou, além da DHPM, com o auxílio do Serviço de Inteligência e Planejamento (Siplan) do Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), por meio de um intercâmbio de informações com as Polícias Civil e Militar de Minas Gerais.
“O mais importante dessa prisão foi a parceria entre as polícias. A polícia de Minas Gerais fez contato com o DHPP e a DHPM, que, prontamente, mandaram os policiais a campo”, disse o delegado José Lopes. “Se bandido não tem fronteira, a Polícia não tem que ter fronteira também", complementou.
Família emociona a polícia
A delegada Raffaella disse que, assim que Anderson foi preso, os policiais fizeram contato com a família de Natália, comunicando a prisão do acusado de ter assassinado a garota.
"A família nos enviou um vídeo e pudemos ver a emoção de todos eles. Nos fez sentir que realmente o nosso trabalho faz a diferença tanto para a família de vítimas quanto para a sociedade", disse.
Zenólia de Araújo Oliveira, mãe de Natália, ficou muito emocionada ao saber da prisão de Anderson. Ela disse que, embora saiba que isso não vai trazer sua filha de volta, foi importante para fazer justiça.
"Mas eu quero justiça. Não quero que prenda e solte rápido porque, se fizer isso, ele vai destruir outras famílias como destruiu a minha. Eu quero que ele apodreça na cadeia", desabafou a mãe de Natália.
Comoção
O assassinato comoveu os moradores da região, além dos familiares. A irmã de Natália, que estava com ela na festa onde ocorreu o homicídio, contou à polícia que viu Anderson atirar três vezes, e chegou a dar um soco no atirador. Em seguida se jogou no chão, temendo que ele atirasse nela também.
Em sua rede social, ela se despediu da irmã lamentando não ter conseguido salvá-la. "Eu juro que tentei te salvar. Me perdoa por não conseguir, minha irmã. Eu vou te amar eternamente, vou lembrar de todos os nossos momentos, nossos planos, da nossa vida juntas, das brigas e de todo o amor que nós temos uma pela outra", escreveu a irmã em seu perfil no Instagram.