Jornal Estado de Minas

PANDEMIA

Após flexibilização, trânsito em BH se aproxima do 'velho normal'

Quem voltou a perder a conta do tempo gasto em engarrafamentos nas avenidas Amazonas, Afonso Pena, do Contorno e outras deve ter percebido que o volume intenso de tráfego nas áreas centrais de Belo Horizonte está muito próximo ao anterior às restrições das atividades não essenciais devido à pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2).



O trânsito em junho registrou uma média de apenas 7,4% menos carros, ônibus, caminhões e motos em BH. Em um dia útil comum de pré-pandemia, 279.567 veículos rodavam no perímetro da Avenida do Contorno, segundo a BHTrans, que registrou no mês passado a marca de 258.879.

De forma geral, a capital mineira computou em julho (de 1º ao dia 5) um tráfego 16% menor do que o esperado antes da COVID-19, de acordo com medições do aplicativo de navegação e trânsito Waze. Entre as 11 capitais estaduais acompanhadas pelo sistema, BH é a terceira com menor volume de tráfego, atrás apenas de Florianópolis, com retração de 43%, e de Brasília, com 25% menos (veja infografia).


O índice de junho dentro da Contorno é o maior do ano. A progressão mensal dos dados da BHtrans mostra uma crescente no tráfego que circula nesta região, onde estão a maior parte do comércio e dos serviços da capital mineira. Em janeiro de 2021, o índice médio já era alto, em torno de 85,7%, passando para 90% em fevereiro, despencando para 77% em março, com o colapso da assistência hospitalar com a chegada das variantes do novo coronavírus.






Somou-se a isso as restrições de atividades não essenciais, chegando ao registro, em abril, de 76,7% do volume de veículos, o índice mais baixo do ano. A alta começou em maio, com a ampliação do patamar de veículos a 80,5% e as aberturas graduais que possibilitaram a média de 92,6% de unidades circulantes em junho.

Pelos dados do aplicativo Waze, o ano de 2021 registrou também Belo Horizonte como a terceira capital com menor recuperação de tráfego no período de janeiro a 5 de julho. Nesse intervalo, o impacto identificado foi de 21% menos veículos em BH, atrás de Brasília, com 40% menos, e de Florianópolis, que registrou um encolhimento de 32%.


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Por outro lado, observando-se outras capitais, apesar do pico da pandemia e das medidas restritivas, Porto Alegre praticamente manteve seu fluxo a índices pré-pandêmicos, segundo o Waze, com redução média de 2%. Vitória também apresentou uma diminuição mediana baixa, na casa de 5% e Fortaleza uma queda de 8%.





BH responde rápido às restrições

Os dados mostram que o belo-horizontino responde rapidamente aos fechamentos e conclamação ao isolamento. Em março, com o início do colapso hospitalar, o tráfego se retraiu de -16% em fevereiro para -27%, caindo ainda mais no mês seguinte, atingindo -29%. Por outro lado, a retomada não é tão rápida como em outras capitais, com o mês de maio ficando com -17%, -14% no mês passado e -16% em junho.

Entre as 11 capitais acompanhadas pelo Waze, BH é a terceira com menor volume de tráfego, atrás apenas de Florianópolis e Brasília (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)


A realidade em outras capitais é mais extrema. Se Brasília e Florianópolis se revezam com a população que menos circula, desde maio os porto-alegrenses superam o volume de tráfego de índices pré-pandemia, com julho registrando a média mais alta, de 8% acima do que se tinha antes de março de 2020. Desde o mês passado, Vitória e Fortaleza também apresentaram crescimentos maiores que os fluxos de antes da COVID-19, com a capital do Espírito Santo apresentando média de 16% mais tráfego neste mês do que antes da pandemia.

O fluxo dos passageiros e ônibus do mês de junho já são os maiores deste ano, segundo a BHTrans, mas ainda longe de registrar uma retomada tão próxima quanto a dos veículos em circulação na capital mineira, sobretudo na área da Avenida do Contorno.





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Segundo os dados da empresa de transporte e trânsito, o volume de passageiros de junho foi 56% do esperado e as viagens foram 73% das realizadas em épocas pré-pandêmicas. Levando-se em conta que em um dia útil normal a demanda de passageiros seria de 1.271.755 pessoas nos ônibus e as viagens realizadas seriam de 27.741, junho registrou a média de 712.182 usuários e 20.250 viagens.

Os meses mais graves do colapso hospitalar, de março e abril, registraram 46% da demanda média de passageiros, ou 585.007 usuários. segundo a BHtrans, março ainda teve o registro de mais viagens, com 60% do total (16.644), contra 58% de abril (11.651).

Avaliação diária da demanda por coletivos

A BHTrans informa que os números do trânsito estão entre as informações gerais e os critérios avaliados pelo Comitê de Enfrentamento à COVID-19 de BH, responsável pela abertura e restrição de atividades, bem como outras medidas sanitárias. Durante a pandemia, a empresa de transporte e trânsito da capital afirma que os quadros de horários das linhas do transporte coletivo municipal estão alterados. “As mudanças são definidas de acordo com os decretos publicados e demandas de viagens. Todos os dias a operação do sistema é analisada e, havendo necessidade, são feitas adequações para o dia seguinte”.






Diariamente a empresa afirma fiscalizar a operação do transporte coletivo e, sempre que necessário, notifica os consórcios para que disponibilize ônibus extras para suprir a demanda. “O monitoramento acontece também por meio de câmeras da Central de Operações (COP)”.

A comparação dos dados de contagem de fluxo de veículos da área central da cidade, em dias da semana (segunda a sexta, exceto feriados). Os números são coletados em nove pontos onde a BHTrans tem equipamentos de fiscalização eletrônica, que fazem também a contagem volumétrica de veículos.

Percentual de passageiros nos ônibus subiu de 46% do total pré-pandemia em abril para 56% em junho, segundo a BHTrans (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press %u2013 22/4/21)


Os pontos aferidores ficam na confluência das avenidas do Contorno e Amazonas, Avenida Afonso Pena com Rua da Bahia, Rua da Bahia com Avenida Augusto de Lima, Avenida Amazonas com Rua São Paulo, Afonso Pena com Rua dos Tupinambás, Avenida dos Andradas com Rua dos Tupinambás, Avenida Professor Alfredo Balena com Amazonas e Rua Sao Paulo, Amazonas com Avenida Paraná e Afonso Pena com Rua dos Caetés.





Reforço na limpeza de ônibus

Sobre as condições dos ônibus que circulam na capital com volumes crescentes de passageiros, a BHTrans informou que exige a higienização de todos os veículos do transporte coletivo, antes e depois de cada viagem, sobretudo nos locais de maior contato dos usuários (barras de apoio e roletas) e também a manutenção emergencial de todos os equipamentos de ar condicionado.

“As concessionárias devem higienizar, ao final de cada viagem, volante, manoplas do câmbio e do freio de estacionamento e demais superfícies tocadas pelos operadores, fazendo-se fricção nesses componentes. Lavar os veículos, interna e externamente, a cada vinte e quatro horas, sendo que as superfícies que são tocadas com maior frequência pelos usuários, como corrimãos, balaústres, pega-mãos, roleta e pontos de apoio nos assentos, devem ser higienizadas em intervalos máximos de cento e oitenta minutos”, informou a BHtrans.

“Todas as estações de integração e transferência estão sendo higienizadas pela prefeitura e a limpeza ostensiva está sendo feita várias vezes ao dia. As estações de integração de estações de transferência foram devidamente sinalizadas, indicando o distanciamento necessário. Os ônibus também foram sinalizados pelos concessionários, indicando o posicionamento dos passageiros que viajarem de pé”, destacou a empresa.



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