É um equipamento relativamente simples, mas que pode salvar uma vida. A antena corta-pipa é uma haste de metal com uma espécie de "gancho" na ponta, que ajuda a cortar linhas de pipa que vêm em direção a motociclistas. Apesar de simples, muita gente não usa. E a ideia, pelo menos em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, é que isso mude até 30 de julho.
A campanha "Motorista Antenado" vai além da orientação sobre os riscos do cerol – que motociclistas mais experientes conhecem, às vezes, até na própria pele.
O programa, desenvolvido pela prefeitura da cidade, por meio da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Contagem (TransCon), distribui e instala os equipamentos. Mas não apenas para motociclistas: com o uso cada vez mais frequente de bicicletas, até esses condutores têm que redobrar a atenção.
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O Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG) aponta que Contagem tem 48.285 motocicletas em circulação.
Brincadeira perigosa
Ainda que empinar pipa seja uma atividade comum da infância, saudável até, existem muitos riscos. Como forma de competição, muitos tentam "cortar" as linhas dos outros e utilizam combinações que podem ser fatais.
A linha com cerol é a mais conhecida. Uma mistura de cola com vidro moído é usada para cortar outras linhas de pipas empinadas.
A linha com cerol é a mais conhecida. Uma mistura de cola com vidro moído é usada para cortar outras linhas de pipas empinadas.
Já a linha chilena, mais recente, é ainda mais perigosa, já que mistura cola com pequenos pedaços de ferro, tornando o fio tão afiado quanto uma faca.
Apesar de ser crime, a fiscalização não consegue ser efetiva.
Apesar de ser crime, a fiscalização não consegue ser efetiva.
Há várias opções de antenas corta-pipa no mercado, que custam de R$ 15 a R$ 60. Em Contagem, a distribuição e a instalação são gratuitas.
A antena tem altura projetada para proteger o tórax e o pescoço dos motociclistas e ciclistas. No pescoço, aliás, está a principal veia do corpo humano, a aorta. Se a pipa cortá-la, e o sangramento não for interrompido em minutos, a vítima pode morrer.
Segundo dados da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), administradora do Hospital João XXIII, 74 pessoas já precisaram de atendimento médico na cidade após acidentes com linhas de pipa.