Uma estação meteorológica instalada no bairro do Charco, zona rural de Delfim Moreira, Sul de Minas, registrou -10°C na manhã desta sexta-feira (23/7). Ontem, o equipamento já havia marcado -9.1°C.
A estação é particular, instalada por um estudante de geografia da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL), que procurava o que seria o ponto mais frio da Serra da Mantiqueira, numa altitude de 1.712 metros.
Nesta sexta, quando a equipe da prefeitura e moradores do bairro acordaram bem cedinho para ver o que os esperavam, encontraram muito, mas muito gelo pelo caminho. A paisagem estava branca, coberta pela forte geada.
Pequenos lagos e a água de bebedouro dos animais estavam com uma grossa camada de gelo. A água que escapava de um canal também formou gotas congeladas na vegetação.
Sabendo que viria mais uma madrugada gelada, o secretário de Turismo, Esporte e Lazer da cidade mineira, Mateus Ribeiro, colocou encheu bexigas com água e foi conferir o resultado nesta manhã. Tudo congelado. Mais parecia um ovo de gelo.
Menor temperatura do Brasil
Nas medições oficiais da rede do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que não tem estação em Delfim Moreira, a menor temperatura desta sexta no Brasil foi a registrada no distrito de Monte Verde, em Camanducaia, também no Sul de Minas. Por lá, a mínima foi de -2.4°C. Em General Carneiro, no Paraná, a mínima foi de -2.3°C.
De acordo com a meteorologista do Inmet Anete Fernandes, é realmente possível que a temperatura no bairro do Charco, em Delfim Moreira, tenha sido essa mesmo, considerando a altitude em que está localizada. Mas isso não representa a temperatura na cidade.
As estações da rede do INMET seguem critérios internacionais, já que os dados são compartilhados com outros países. Entre esses critérios está o de sensores terem o mesmo fabricante.
Vem nova massa de ar frio
A atual onda de frio extremo nem foi embora e a notícia é que outra já está vindo aí. Nos próximos dias, as temperaturas terão uma ligeira elevação, mas o fim de semana é de mínimas capaz de continuar com as geadas em áreas do Sul de Minas, informa Anete.
Já no meio da próxima semana, a temperatura máxima volta a cair, seguida da diminuição também da mínima. “Ainda não é possível afirmar como será essa nova onda de frio. É preciso esperar a evolução da massa de ar pelo continente. Mas a tendência é que seja um episódio ainda mais forte do que o atual”, alerta a meteorologista.