Jornal Estado de Minas

DO LUTO À LUTA

Escadaria de igreja barroca recebe ato contra Bolsonaro em São João del-Rei

Em respeito aos mortos pela COVID-19, as luzes de 2.100 velas iluminaram a escadaria da igreja barroca Nossa Senhora das Mercês, no município de São João del-Rei, na sexta-feira (23/7).

O ato simbólico foi realizado por representantes de aproximadamente 30 organizações – que fazem oposição ao governo – entre partidos, movimentos sociais, sindicatos e outras entidades. O evento atribui ao presidente Bolsonaro a responsabilidade pelas mais de 540 mil mortes no Brasil.





Intitulada “Do luto à luta”, a iniciativa também reuniu religiosos que representam budistas, católicos, candomblecistas, espíritas e evangélicos. Após a concentração em frente à igreja histórica no fim da tarde, uma oração inter-religiosa deu início aos trabalhos.

Depois do exercício da fé dos representantes religiosos, as velas foram acesas. E a cada pequena chama que surgia, o nome de um morador da cidade que faleceu em decorrência da doença era pronunciado. O ato foi, ainda, embalado por apresentações musicais.

Para além da intenção de prestar homenagem aos mortos, o evento foi um manifesto político contra o governo. Nesse sentido, as velas na escadaria – quando vistas por meio de um drone – deram origem à indagação “A culpa é de quem”? Também foi possível ler “genocídio”, “545k BR” e “212 SJDR” – este último em referência ao número de óbitos no município mineiro.





Imagens do ato foram capturadas por um drone e questionam de quem é a responsabilidade pelos óbitos (foto: Higor Rodrigues/Reprodução)
 

“O momento de oração teve por objetivo levar mensagens de conforto e esperança aos presentes. Porém, também é preciso fazer reflexões políticas. Temos que canalizar a dor causada pela perda em revolução”, avaliou Sabrina Barbosa, uma das organizadoras do evento.

“Devemos lutar por nossa emancipação, mas para que isso aconteça é necessário derrubar a política bolsonarista, pois ela é corrupta e genocida. O governo tem relação direta com as mortes no país pela COVID-19”, finalizou Sabrina, que também integra o movimento Juventude Franciscana (Jufra).

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