Após os depoimentos de 17 pessoas e a identificação de nove vítimas, a Polícia Civil de Minas Gerais concluiu nesta quarta-feira (28/7) o inquérito do caso de um dentista, de 34 anos, suspeito de importunar sexualmente suas pacientes no consultório. O suspeito foi preso no dia 19 de julho, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.
“O profissional foi indiciado pelo crime de importunação sexual contra sete meninas. Os outros dois indiciamentos foram enquadrados como ‘satisfação de lascívia mediante presença de criança e adolescente menor de 14 anos’”, explicou a delegada do caso, Ione Barbosa, durante coletiva à imprensa nesta tarde.
Conforme as investigações, todas as vítimas relataram o mesmo modo de agir na importunação sexual. Enquanto prestava o atendimento odontológico com uma mão, com a outra o profissional se masturbava.
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“Porém, ainda estamos aguardando a quebra de sigilo de dados. A suspeita é de que possa haver material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes nesses arquivos”, disse.
“Porém, ainda estamos aguardando a quebra de sigilo de dados. A suspeita é de que possa haver material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes nesses arquivos”, disse.
Conselho Tutelar vai ouvir 18 jovens
Apesar da conclusão do inquérito, a delegada destacou que as investigações vão prosseguir. “Esse fechamento do caso acontece porque temos, agora, um prazo de até 10 dias para remeter o processo à Justiça”.
Nesse sentido, em cumprimento de novas diligências, a delegada titular da 4ª Delegacia de Juiz de Fora acrescentou que mais 18 jovens serão ouvidas pelo Conselho Tutelar nos próximos dias.
“Nós selecionamos essas meninas ao examinar o prontuário disponível no consultório dentário do profissional. Então, identificamos aquelas que possuem o perfil das outras jovens que foram importunadas. O objetivo é tentar localizar novas vítimas, já que o próprio autor admitiu ter praticado o ato diversas vezes”, explicou.
Entenda o caso
A ocorrência mais recente aconteceu em 12 de julho, quando uma adolescente de 17 anos foi até o consultório dentário do profissional, localizado no Bairro Santa Cruz, na Zona Norte da cidade, para realizar a manutenção de seu aparelho.
Durante o atendimento, a jovem flagrou o dentista se masturbando com uma das mãos. Ela saiu correndo, comunicou o fato para sua mãe, que acionou a Polícia Militar (PM).
Após a exposição do caso na mídia, outras quatro vítimas, com idades entre 15 e 17 anos, procuraram a delegacia entre os dias 13 e 14 de julho para denunciar o dentista.
Uma dessas novas denúncias foi feita por uma garota de 15 anos. O crime teria acontecido quando ela tinha apenas 10.
Uma dessas novas denúncias foi feita por uma garota de 15 anos. O crime teria acontecido quando ela tinha apenas 10.
“Em todos os atendimentos, a vítima, quando deitada, ouvia barulhos estranhos. Ele sempre realizava o atendimento com apenas uma mão. Na segunda-feira, ele se descuidou e ela, quando levantou, flagrou o autor com o órgão genital exposto. Ele se assustou e se cobriu com o jaleco”, detalhou, na oportunidade, a delegada Ione Barbosa.
O homem foi conduzido pela PM à delegacia de Polícia Civil, onde teve a prisão ratificada. Posteriormente, ele foi levado para a penitenciária de Matias Barbosa, mas foi solto horas depois.
No dia 19 de julho, a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão no consultório, na casa do dentista e na residência da mãe dele, local onde ele foi localizado e preso novamente.
Ele foi encaminhado para o mesmo sistema prisional e permanece à disposição da Justiça.
Ele foi encaminhado para o mesmo sistema prisional e permanece à disposição da Justiça.
Orientações para outras possíveis vítimas
A delegada Ione Barbosa orienta que outras mulheres, vítimas do dentista, podem procurar a 7ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Juiz de Fora, no Bairro Santa Terezinha, das 8h30 às 17h, para registro de denúncia.