Um vídeo que circula nas redes sociais está causando indignação. Policiais militares aparecem agredindo um jovem, de 21 anos, no passeio de uma igreja. O caso aconteceu nessa quarta-feira (28/7), em Passa Tempo, no Centro-Oeste de Minas Gerais. A cena foi filmada por populares que estavam próximos ao local.
LEIA TAMBÉM: Mulher encontra carteira com cartão e senha. Saca R$ 3 mil e vai presa
LEIA TAMBÉM: Mulher encontra carteira com cartão e senha. Saca R$ 3 mil e vai presa
Nas imagens é possível ver o momento em que um dos policias dá socos no rapaz enquanto outros dois tentam imobilizá-lo. Ele tenta se defender quando é derrubado no chão. Nesse momento, um outro militar o atinge várias vezes com golpes de cassetetes.
Leia Mais
Acabou o mistério! Vaca Anastácia é encontrada após uma semana de buscasMorre 'Mamãe Noel de Araxá' e prefeitura decreta luto oficial de três diasPromotor suspeito de matar a mulher vai a julgamentoContagem vacina homens com 36 anos nesta sexta-feira (30/7)Após um ano, unidades do CRAS de Betim retornam atendimentos presenciaisUnaí endurece as regras para bares e restaurantes por desrespeito às normasBetim vacina pessoas de 39 anos nesta sexta-feira (30/7)Com UTI/COVID em 65%, Araxá libera festas para até 200 pessoasAdministrador negro e gay é preso e família alega injustiça e preconceitoChileno que mora em Lagoa Santa reclama de dificuldade para ser vacinadoO pai do jovem aparece no vídeo pedindo “pelo amor de Deus”. Um dos policiais, em tom alterado de voz responde: “Fica na sua”. O homem não se aproxima. O vídeo tem duração de pouco mais de um minuto.
Problemas psiquiátricos
Diego Andrade Oliveira buscava informações sobre o documento referente a um inventário da mãe dele quando teria se alterado por não ter acesso e dado um murro da porta.
O policial da cidade estava sozinho no dia e pediu reforço a Carmópolis de Minas. Quando os militares chegaram, o jovem tentou se esconder dentro da igreja. Porém, antes que conseguisse entrar, foi abordado pelos policiais.
A cena foi classificada pelo advogado do jovem, Luiz Augusto de Souza, como “desnecessária”. “Acho que houve exagero. Ele não mostrou agressividade e resistência hora nenhuma. A resistência ocorreu na hora da abordagem por causa das agressões. Ele é um rapaz que todo mundo conhece”, afirmou.
Após ser rendido, Oliveira foi levado para o hospital da cidade, medicado e liberado. O advogado relata que o rapaz vem apresentando transtornos psiquiátricos há cerca de 15 dias.
Ainda nesta quinta-feira (29/7), ele retornou ao fórum e com uma imagem de Nossa Senhora Aparecida ficou falando frases desconexas.
“Eles me chamaram por saber que sou o advogado que estou ajudando-o. Conversamos com ele, tentamos acalmá-lo e o levamos novamente para o hospital”, relatou Souza. Um policial ajudou a contê-lo e a levá-lo para a unidade hospitalar. Porém, sem uso de força.
Para o advogado, a situação do jovem se agravou por causa da ação de ontem dos policiais.
“Quando o policial chegou ao fórum, ele colocou a mão para trás como se fosse algemar. Quando chegamos ao hospital, ele se jogou ao chão e colocou a mão para trás. Peguei de um lado e o sargento Caio pegou do outro e falamos: 'Fique tranquilo que não vai acontecer nada com você'. Acho, não sou médico, expert neste assunto, mas juntou esses fatores e prejudicou os problemas psíquicos dele”, disse.
A pedido do pai, a internação compulsória do jovem foi solicitada pelo advogado nesta quinta-feira (29/7) e a Justiça concedeu. O rapaz já foi levado para uma instituição psiquiátrica.
A família ainda não se decidiu se tomará alguma medida em relação a abordagem policial.
Conduta dos militares
Em nota a Polícia Militar informou que vai instaurar procedimento administrativo para apurar a conduta dos militares. Confira a nota na íntegra:
A Polícia Militar deslocou-se até o local e, durante a abordagem, o autor não obedeceu as ordens dos militares, resistindo ao procedimento policial.
Dessa forma, os militares fizeram uso da força para quebrar sua resistência e assim algemá-lo.
O comando da Unidade instaurará procedimento administrativo para apurar a conduta dos militares.”
*Amanda Quintiliano - Especial para o EM