As três vítimas do grave acidente deste domingo (1º/8) na BR-381, em João Monlevade, eram da mesma família. O Corpo de Bombeiros esclareceu que eles eram irmãos e caíram de uma altura de 20 metros de altura na "Ponte Torta", justamente em trecho conhecido como Rodovia da Morte.
Segundo os militares, os ocupantes do caminhão eram os baianos: Vanderlei Pereira da Silva, 55 anos irmão de Vanei Pereira da Silva, de 46 anos e Wauelington Santos Silva, de 21 anos. Eles carregavam madeira no veículo pesado quando, por volta das 9h50, o motorista perdeu o controle e caiu na ponte.
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), os três ocupantes do caminhão foram encontrados presos às ferragens da cabine e o Corpo de Bombeiros do Pelotão de Itabira e Ipatinga foram ao local para a retirada dos corpos.
"As equipes de bombeiros realizaram o isolamento e preservação do local. Com a utilização do aparelho desencarcerador, foram extraídas as duas portas do veículo e feita a expansão do teto, possibilitando a retirada de todas as vítimas", informaram, por nota, os bombeiros.
"As causas do acidente ainda são desconhecidas", complementaram.
Ainda de acordo com a PRF, o trânsito ficou interrompido nos dois sentidos da pista por quatro horas porque tinha o risco de cair concreto sobre as equipe trabalho dos bombeiros e para facilitar a perícia técnica da Polícia Civil. O tráfego em um lado da pista foi liberado às 14h.
Outros acidentes
A PRF informa que o caminhão caiu de uma altura de 20 metros, no mesmo lado da pista onde um ônibus de turismo que vinha de Alagoas (AL) com destino a São Paulo caiu, o que resultou na morte de 19 pessoas em dezembro de 2020.
Outro acidente grave aconteceu em janeiro de 2021 com um caminhão que caiu do outro lado da ponte e ficou submerso no Rio Piracicaba, com as rodas para cima. Os bombeiros trabalharam três dias no local para a retirada dos corpos de quatro homens funcionários da JFS Mineradora.
Situação precária
O presidente do Serviço Voluntário de Resgate (Sevor), Gilmar Benicio, que também atua no socorro, informa que durante os 20 anos de atividades na região, o trecho sempre registrou acidentes na pista.
“Próximo ao local tem uma serra próxima à ponte e pode ser que pela topografia cause instabilidade aos veículos, mas também acredito que pelo fato do trecho estar em péssimas condições com a estrutura lateral da ponte bem precária e também os fatores humanos e comportamentais”, afirma.
Gilmar Benício conta que a via não tem uma estrutura ideal por se tratar de uma BR. O trecho que compreende a ponte deveria ter sido duplicado em uma obra iniciada em 2013 e com a previsão de conclusão para o final de 2020. Mas até o momento está sem obras.