A Justiça mineira absolveu Edson Vieira Maciel, de 50 anos, acusado de ser o mandante do assassinato da esposa, Rosemary dos Santos Vieira, de 46 anos, em abril de 2017 na porta da casa deles, no Bairro Bandeirantes, Região da Pampulha, em Belo Horizonte.
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Acusado de mandar matar a esposa para ficar com o seguro é julgado em BHPolícia prende marido de gerente comercial assassinada na Pampulha Mulher é assassinada ao chegar em casa na Pampulha MG: plano de saúde exige consentimento do marido para colocar DIU em mulherHomens de 35 anos são vacinados em BH: 'Uma luz no fim do túnel'O crime ocorreu em 18 de abril de 2017. A Polícia Militar (PM) informou na época que o filho da vítima chegou da faculdade às 22h30 de carona com um amigo e viu uma motocicleta parada na esquina da rua. Alguns minutos depois, ele e o marido da vítima escutaram cerca de quatro tiros e foram até o portão da casa, onde encontraram Rosemary dos Santos Vieira, de 46 anos, baleada dentro do veículo de propriedade da mulher.
Edson chegou a levar Rosemary para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região, mas ela morreu. As investigações da Polícia Civil tiveram início e Edson acabou preso em agosto daquele ano. Segundo a instituição, os depoimentos das testemunhas descartaram a possibilidade de uma tentativa de assalto. O homem que atirou contra Rosemary também foi identificado.
A vítima e o acusado estavam juntos há mais de 20 anos. "Aduz que o crime foi cometido por motivo torpe, consistente no inconformismo do denunciado Edson com as desavenças atreladas a questões financeiras do casal e objetivando se beneficiar do seguro de vida que a vítima contratara poucos meses antes do homicídio, além do fato de que a ofendida pretendia a separação", consta no processo. Na época, Edson negou o crime.
Sete testemunhas foram ouvidas na sessão, entre elas um dos filhos do casal, que depôs a favor do pai.
Em plenário, o promotor Cristian Lúcio da Silva disse que as investigações apontaram que o crime foi cometido por alguém que queria a morte da vítima. Mas, Silva não se convenceu de que as provas corroborem o indiciamento de Edson como mandante do crime. Assim, ele pediu que os jurados votassem “não” em relação ao crime ter sido encomendado pelo construtor, pedindo assim, a absolvição.
No julgamento, Edson negou mais uma vez ter mandado matar Rosemary. Ele contou o que aconteceu no dia do crime e contou que socorreu a mulher, que era gerente de uma rede de farmácias, com a ajuda de vizinhos, já que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) estava demorando. “firmou ainda que a morte da esposa rebaixou o padrão de vida da família, uma vez que o salário dela era o principal componente da renda da família, e que não sabia de todos os seguros de vida que a esposa havia contratado”, relata o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
A defesa de Edson também sustentou a tese de que ele não encomendou a morte da esposa. Os advogados disseram acreditar que o crime foi a mando de alguém, mas que a polícia teria se baseado em elementos equivocados para conduzir as investigações, desconsiderando outras linhas. Eles também enfatizaram que os filhos do casal acreditam que o pai é inocente.
O filho do casal que depôs disse no júri que a rotina da família em casa era tranquila, que não havia conflitos e afirmou não acreditar que o pai foi o mandante do crime.
Lida a sentença, a juíza determinou a expedição do alvará de soltura de Edson Vieira Maciel. O outro réu do processo é o suposto executor de Rosemary. Segundo o TJMG, ele também foi pronunciado, mas como recorreu da sentença, o processo foi desmembrado. Ainda não há informações sobre quando ele será julgado.