O estudo semanal da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) aponta para queda nos indicadores da COVID-19 na Região Sul de Minas. Os dados são embasados no Painel de Monitoramento da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Entre os 10 municípios mais populosos do Sul de Minas, nenhum apresentou crescimento na tendência de incidência de novos casos.
Porém, a pesquisa aponta que mesmo com a melhora é preciso manter atenção em relação à gravidade dos novos casos de COVID-19 que surgem. De maio até julho deste ano, esse índice subiu e registrou 0,06 em maio, 0,07 em julho e 0,09 em julho.
Esses dados representam a relação entre o número de internações e número de casos graves notificados a cada mês. Mesmo com a diminuição dos dados de internações (veja gráfico abaixo) por número de casos, há maior incidência de novos pacientes com quadros graves.
A explicação para o aumento desse índice está associado à maior circulação de variantes agressivas, como a Delta.
A explicação para o aumento desse índice está associado à maior circulação de variantes agressivas, como a Delta.
O professor da Unifal, e coordenador da pesquisa, Sinezio Inácio da Siva explica o por quê da necessidade de manter uma atenção a este aumento de casos graves e como a campanha de vacinação precisa ser observada de perto.
“A vacina é para ser efetiva em proteger contra casos graves. Se eles começam a aumentar, é preciso investigar se a proteção vacinal começou a decair ou se uma variante mais agressiva está agindo”, explica Silva.
Indicadores estáveis no estado e em queda no Sul
O Sul de Minas continua registrando queda na taxa de incidência diária média na semana, enquanto todo o estado mantém esse indicador estável.
Pela primeira vez neste ano, a taxa diária de novos casos na semana ficou abaixo do registrado no começo de 2021. Em número médio de novos casos por dia na semana, o Sul registrou 648, (valor abaixo de 700), o que não acontecia há quatro meses.
Já na tendência de novas internações na região, os números caíram. Foi observado na semana 43 novas internações em média por dia, e isso não ocorria desde 14 de março.
Em novos óbitos, a região manteve tendência de diminuição, com números médios de mortes diários caindo de 22 para 17.
O controle da pandemia não está consolidado, e mesmo com a queda nos indicadores da COVID-19 é possível ver certa oscilação entre melhora e piora. O que pode mudar para dados mais consolidados e estáveis, segundo a pesquisa, é a campanha de vacinação.
Até o momento no Sul de Minas, somente 19% da população foi vacinada completamente, ou seja, com as duas doses ou dose única (Janssen).
“A melhora do quadro epidemiológico, sem dúvida se deve à vacinação e medidas já conhecidas de prevenção. Mas a vacinação está tendo papel cada vez mais decisivo. Seu maior efeito é a redução de mortalidade e casos graves, e acaba também ajudando a diminuir novos casos”, comenta o professor.
O quadro nas maiores cidades da região
Entre os 10 municípios com a maior população do Sul de Minas, nenhum teve aumento na tendência de incidência de novos casos. Nesse indicador, oito das 10 cidades estão em situação de queda e apenas Lavras manteve estabilidade. Em Três Pontas, a cidade passou de diminuição para estabilidade.
Já nas novas internações, São Sebastião do Paraíso foi a única que teve crescimento. A maioria dos outros municípios apresentou diminuição (Poços de Caldas, Varginha, Lavras, Itajubá, Alfenas e Três Corações) – em estabilidade estão Pouso Alegre, Passos e Três Pontas.
Nos registros de novos óbitos, Lavras foi a única cidade que apresentou tendência de crescimento; as demais tiveram estabilidade (Poços de Caldas, Varginha, Passos, Itajubá e Três Corações). Pouso Alegre, Alfenas, São Sebastião do Paraíso e Três Prontas conseguiram diminuir o número de mortes.
Segundo a pesquisa da Unifal, considerando os três indicadores (casos, mortes e internações), houve melhora no quadro epidemiológico no conjunto dos 10 municípios com maior população da região.
No total de casos confirmados, o Sul de Minas têm 284.608 pessoas infectadas e 6.828 mortes por causa da COVID-19 – em acompanhamento são 6.307 pessoas e 271.473 estão recuperados.
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