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Estado de Minas DESPEDIDA

Alunos e ex-alunos do Imaculada lamentam fechamento do colégio: 'Arrasados'

Escola centenária de BH anunciou fim das atividades na manhã desta quinta-feira (5/8), alegando dificuldades de operação


05/08/2021 15:36 - atualizado 05/08/2021 17:19

Tradicional colégio de BH, o Imaculada Conceição encerrará as atividades ao fim do ano letivo de 2021(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Tradicional colégio de BH, o Imaculada Conceição encerrará as atividades ao fim do ano letivo de 2021 (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
O anúncio do fechamento do Colégio Imaculada Conceição, instalado há 106 no Bairro de Lourdes, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, deixou alunos e ex-alunos da instituição arrasados na manhã desta quinta-feira (5/8). Atual estudante do colégio, Beatriz Pessoa, 14 anos, se emociona ao falar do encerramento das atividades do local. 

Leia tambémColégio Imaculada Conceição fecha as portas após 106 anos

“Fiquei muito mal, eu e meus colegas choramos muito”, conta a adolescente, que está no 9° do Ensino Fundamental e estuda há nove anos na instituição. “Eu cheguei a sair no 5° ano, estudei em outra escola por três anos, mas decidi voltar este ano. Justo na minha volta, veio essa notícia”, lamenta a jovem. 

O pai dela, o advogado Cristiano Pessoa, parece tão abalado quanto a filha. O colégio faz parte da história da família dele há três gerações. “Eu estudei lá de 1982 a 1996, ou seja, do maternal ao Ensino Médio. Minha mãe e minha madrinha também estudaram lá. E, além da minha filha, tenho sobrinhos e filhos de primos matriculados no Imaculada. Estou arrasado desde quarta-feira (4/8), quando fomos comunicados de que essa história de 106 anos chegaria ao fim”, diz o profissional, que já se prepara para escolher outra instituição de ensino junto com a filha. 

Eduarda Brandão, de 13 anos, lamentou o encerramento das atividades do colégio(foto: Arquivo pessoal)
Eduarda Brandão, de 13 anos, lamentou o encerramento das atividades do colégio (foto: Arquivo pessoal)
Na casa de Eduarda  Brandão, de 13 anos, o  clima também é de tristeza. Ela é aluna escola desde os dois anos e está apreensiva com o afastamento dos amigos de tantos momentos. “A gente até tentou combinar de ir todo mundo para a mesma escola, mas já nos conformamos que será impossível. Então, tudo o que podemos fazer é mesmo aproveitar esses últimos meses juntos ao máximo”, diz a garota. 

Desde que se tornou pública, a notícia do fechamento do Colégio Imaculada Conceição também gerou comoção nas redes sociais. “Tristeza sem tamanho ver o colégio que estudei praticamente a vida inteira fechar assim”, comentou um seguidor do perfil do Estado de Minas no Instagram, no post publicado esta manhã sobre o fato. 



Sindicato alerta

Consultado pela reportagem, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro-MG) informou que ainda não contabilizou as demissões decorrentes do fechamento do colégio, nem tomou conhecimento das condições dos desligamentos. A presidente Valéria Morato disse que a instituição pretende se reunir com a direção da escola na semana que vem para tratar do assunto. 

Crise operacional

Em comunicado divulgado esta manhã (5/8), o Colégio Imaculada Conceição afirmou que manterá as aulas presenciais e virtuais até a conclusão do ano letivo de 2021, em dezembro. A partir de 2022, todos os contratos serão encerrados de forma definitiva. O  Imaculada estima atender cerca de 500 alunos nos ensinos fundamental e Médio. As atividades da educação infantil foram encerradas no fim do ano passado. 

A Província do Brasil-Caribe da Congregação das Filhas de Jesus, responsável pelo Imaculada, disse que o fechamento já era cogitado desde o ano passado por questões operacionais. Segundo a organização religiosa, o quadro de freiras que administram a rede está, atualmente, reduzido, o que tem inviabilizado a adequada gestão das cinco escolas e três obras sociais mantidas pela congregação no Brasil. A nota divulgada nesta quinta menciona ainda a crise econômica provocada pela pandemia de COVID-19.

Junto com o colégio, a organização fecharará também a Obra São José Operário, centro de ensino gratuito e assistência social que também funciona em BH. A rede religiosa seguirá administrando outros seis projetos: três escolas em São Paulo, uma em Leopoldina, além de obras sociais no Rio de Janeiro e em Montes Claros, no Norte de Minas.


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