O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e a reitora da Universidade Federal de Minas Gerais, Sandra Regina Goulart Almeida, visitaram o Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG, nesta quinta-feira (5/8)
O prefeito conheceu todo o processo de pesquisa da vacina SpiNTec, que está sendo desenvolvida pela instituição mineira e que também conta com o patrocínio de R$ 30 milhões da Prefeitura de Belo Horizonte, para garantir os estudos das fases clínicas 1 e 2 do imunizante.
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Os recursos repassados pela Prefeitura serão usados pela UFMG para custear despesas relacionadas à manutenção e experimentos com os animais, compra de reagentes (para avaliação da resposta imune, produção e formulação das vacinas), produção de lotes de teste para análise da Anvisa, supervisão dos ensaios, preparo da documentação de pedido de registro, execução dos testes pré-clínicos e duas etapas dos ensaios clínicos.
O prefeito acredita que a primeira vacina completamente brasileira possa chegar nos braços dos belo-horizontinos no ano que vem, como reforço. "Estamos investindo porque há uma esperança muito grande de que essa vacina coloque Minas Gerais e Belo Horizonte na ponta da vacinação do Brasil", disse.
O pesquisador Ricardo Tostes Gazzinelli disse que a equipe de cientistas aguarda o processo de avaliação da Anvisa sobre o pedido de autorização para teste em humanos da Spintec.
"A Anvisa tem deferentes etapas, como estamos assistindo. A Anvisa é um órgão rigoroso, estamos falando sobre a segurança e a eficácia de uma vacina. A expectativa é para os próximos meses", disse. Gazzineli estima que as fases 1 e 2 sejam concluídas no primeiro trimestre de 2022.
Oxford brasileira
O o prefeito cobrou maior participação do governo federal para assegurar os estudos da terceira fase clínica da vacina – que tem um custo estimado em R$ 300 milhões. No último domingo (1/8), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) anunciou que vai investir R$ 50 milhões para que o Centro de Tecnologia em Vacinas (CT-Vacinas) da UFMG se torne a "Oxford Brasileira", em alusão à universidade britânica responsável pelo desenvolvimento da AstraZeneca.
"Criamos uma parceria entre o Ministério e a UFMG para desenvolver o Centro Nacional de Vacinas. Vamos entrar com R$ 50 milhões para que tenhamos tipo a Oxford Brasileira", afirmou o ministro Marcos Pontes na ocasião.
Ao ser questionado sobre a fala do ministro, Kalil disse que hoje o investimento foi anunciado porque o governo federal está ''assustado'' com o cenário atual da pandemia. "Ninguém imaginou que nos iríamos chegar nessa barbaridade de 550 mil mortes. Somos o segundo país com mais mortes" disse.
A visita desta quinta-feira foi restrita às autoridades, seguindo todos os protocolos sanitários de prevenção e combate à COVID-19. Participaram da visita: o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, a secretaria municipal de Educação, Ângela Dalben, e o secretário municipal de Fazenda, João Antônio Fleury.
"O que eu vi aqui é um sacrifício enorme. Se você mostrar para pesquisador americano que estamos começando a fase 2, ele vai dizer 'isso é humanamente impossível'", disse o prefeito. "O poder público precisa investir em cérebros para que não nos percamos durante o percusso que vem aí. Se esvaziarem as faculdades, vamos perder todo mundo", acrescentou Kalil.
A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida, celebrou os trabalhos dos pesquisadores o. “Esse projeto começou em março do ano passado, com apoio do Ministério de Ciências e Tecnologia, e floresceu diante do trabalho incansável da equipe”, disse.
O prefeito ainda reforçou a importância da vacinação. "Aproveito a oportunidade para alertar quem é bobo ou burro que a vacina é o único jeito que nós temos de curar. Se você não quer enterrar seu pai, sua mãe, sua tia e daqui a pouco seu filho, corre em um posto de vacinação e se vacina."