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Estado de Minas COMEMORAÇÃO

Internada em Carangola, idosa de 105 anos vence COVID e volta para casa

Natural de Tombos, idosa ficou os últimos 11 dias na UTI do hospital, mas se recuperou e ganhou alta nesta quinta-feira (5/8)


05/08/2021 19:30 - atualizado 05/08/2021 20:46

Aos 105 anos, dona Nely, entre a filha Lucia e a neta Rosângela: idosa ficou internada durante 11 dias, teve COVID, mas voltou para casa(foto: Arquivo pessoal)
Aos 105 anos, dona Nely, entre a filha Lucia e a neta Rosângela: idosa ficou internada durante 11 dias, teve COVID, mas voltou para casa (foto: Arquivo pessoal)
 
Poderia ser um típico dia de festa de aniversário, mas é muito mais que isso. O motivo da comemoração é tão especial quanto nascer de novo. Aos 105 anos, dona Nely Dias venceu a COVID-19 e o tratamento de hemodiálise depois de ficar internada por 11 longos dias no Hospital de Carangola, na Zona da Mata mineira. Nesta quinta-feira (5/8), para a alegria dos filhos e netos, ela voltou para sua casa, na pequena cidade de Tombos, de 10 mil habitantes.

“Eu vi a morte dentro dos olhos. Graças a Deus, até agora, estou bem. Eu achava que não voltaria viva para casa”, relata a centenária, que começou a sentir forte dor nos rins e pediu auxílio médico.

“Tenho muita fé com Jesus. E eu consegui me salvar. Por isso, sou muito feliz. Os doutores e as enfermeiras gostaram muito de mim”, complementa.
 
A filha Lucia Dias, de 55 anos, que ficou com a tarefa de cuidar da mãe desde que ela começou a perder a visão, há seis anos, acompanhou boa parte desse drama. Nos dias em que dona Nely esteve internada, os familiares fizeram inúmeras orações, e não conseguiram mais vê-la depois que ela foi para o centro de terapia intensiva. “Ela morreu e voltou à vida”, conta a filha.

“Ela foi praticamente sem vida para o pronto-socorro de Tombos no sábado (24/7). De lá, seguimos para Carangola no domingo (25/7), onde novamente ela paralisou. Ficou praticamente sem vida. A médica mandou chamar os filhos e netos, porque achava que ela não passaria daquela noite. Mas passou. Na segunda-feira, a neta dela que veio de Vitória ficou para acompanhá-la, mas ela foi para o CTI, onde ficou até hoje”, diz Lúcia.
 
Dona Nely comemorou em 2019 seu último aniversário com a presença dos familiares(foto: Arquivo pessoal)
Dona Nely comemorou em 2019 seu último aniversário com a presença dos familiares (foto: Arquivo pessoal)
 
O retorno para o lar foi num clima enorme de felicidade: "Aqui em casa, estava apenas a neta dela. Eu fui buscar ela no hospital e voltamos na ambulância, pois minha mãe teve de fazer oxigênio. Os vizinhos todos ficaram muito felizes", conta Lúcia
 

COVID 

 
O coronavírus foi um problema a mais que acabou fragilizando dona Nely. Ela acabou adquirindo a doença no período em que esteve internada: “Eles fizeram o teste e afirmaram que ela teve COVID-19. Ela também  nunca havia feito hemodiálise. Foi a primeira vez. Doeu muito”. 

Quando chegou em casa, a primeira coisa que a idosa pediu foi uma tigela de comida da própria casa. “Fiquei seis dias comendo mingau. Comia somente três colheres pela manhã e três à tarde. Estou acostumada a almoçar e jantar todo dia”, diz dona Nely, em tom bem humorado.
 

Aniversário 

 
A perda da visão ocorreu nos últimos dois anos. Em seu aniversário de 104 anos, em 2019, ela foi vista dançando forró ao lado de parentes, num clima muito agradável.

Em 15 de outubro, caso a pandemia da COVID-19 estiver controlada, parentes e amigos prometem se reunir na casa dela para comemorar novamente mais um ano de vida. “Vai ser em casa mesmo. Eu não ando e não enxergo mais. Mas tenho duas vidas”. 


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