Dezesseis estelionatários foram presos dentro da Operação Contragolpe, realizada pela Polícia Civil de Poços de Caldas. A investida policiai teve como objetivo desarticular uma organização criminosa que atuava em âmbito interestadual com o conhecido “golpe do cartão” ou “golpe do falso motoboy”. As vítimas eram sempre idosos.
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Segundo as investigações, a dinâmica dos golpes se caracteriza pelo fato de os criminosos, de posse de informações privilegiadas, principalmente de titulares de contas bancárias e telefone de pessoas idosas, faziam contato telefônico com as vítimas, informando que o cartão de crédito do titular da conta havia sido clonado e que, para a vítima não ter prejuízos financeiros, deveria fazer uma carta-contestação de próprio punho, para que um funcionário do banco e/ou da delegacia fosse até sua residência buscar o cartão, sob pretexto de submetê-lo à perícia.
A partir desse contato, a vítima, induzida ao erro, entregava o cartão com a senha aos golpistas, que passavam então a realizar saques e compras em máquinas de cartão de crédito habilitadas pelos próprios estelionatários, gerando grande prejuízo financeiro às vítimas. Somente em Poços de Caldas, foram seis vítimas, com prejuízo financeiro de aproximadamente R$ 400 mil.
Segundo o delegado Thiago Henrique do Nascimento Moreira, que conduziu as investigações, “os criminosos, com o dinheiro obtido com os crimes, ostentavam vida luxuosa nas redes sociais, mesmo sem qualquer renda lícita a justificar seu estilo de vida”.
O delegado explicou que, diante das provas obtidas, foi feita uma solicitação à Justiça para a prisão cautelar dos suspeitos e bloqueio de bens dos envolvidos, medidas que foram deferidas pela Justiça de Poços de Caldas.
A operação foi realizada com apoio, segundo o delegado Thiago, da Polícia Civil de São Paulo, para o cumprimento de mandados de busca e apreensão, prisão cautelar e bloqueio de bens, nas cidades paulistas de Indaiatuba e Salto, e em Cuiabá, no Mato Grosso.
No total, foram bloqueados cerca de R$ 7 milhões, tudo adquirido com dinheiro oriundo dos crimes. Os criminosos tinham milhares de dados cadastrais de correntistas de instituições bancárias de todo o Brasil. Estas seriam as futuras vítimas do golpe.
Os 16 presos foram recolhidos ao sistema prisional. Eles respondem pelos crimes de furto qualificado, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem atingir 28 anos de reclusão. O dinheiro e bens apreendidos em poder dos investigados estão sendo repassados à Justiça, para que ela possa ressarcir as vítimas dos golpes.