Minas Gerais já registra 11 casos confirmados da variante Delta da COVID-19, que foram notificados em oito cidades do estado. Em Belo Horizonte, houve registros de dois casos, situação repetida em outras duas cidades mineiras: Unaí, na Região Noroeste do estado, e Divino, na Zona da Mata. As informações foram divulgadas ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que também anunciou o “monitoramento rigoroso dos casos suspeitos” e adoção de outras medidas para coibir a disseminação da variante no estado.
- Veja a lista de cidades mineiras que registraram casos de variante Delta
O primeiro caso da variante do coronavírus em Minas Gerais foi confirmado em Juiz de Fora, em 28 de maio. As últimas notificações foram confirmadas na segunda-feira (9/8) por meio de análises laboratoriais da Fundação Ezequiel Dias (Funed) feitas em amostras colhidas de pacientes de Carangola (Zona da Mata), Itabirito (Região Metropolitana de Belo Horizonte) e Montes Claros (Norte de Minas), com uma ocorrência em cada uma delas, além de Unaí e Divino (dois casos em cada).
Os dois casos da variante Delta – cepa identificada pela primeira vez na Índia – em pacientes de Belo Horizonte foram confirmados nos dias 26 e 28 de julho. Eles foram detectados por pesquisadores de um dos laboratórios de sequenciamento genético da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Trata-se de dois adolescentes que voltaram do Reino Unido em 11 de julho e cumpriram o isolamento social em casa. Também em 28 de julho, houve a notificação de um caso da mesma variante em Virginópolis (Vale do Rio Doce).
De acordo com a SES, os casos confirmados da variante Delta em Belo Horizonte e nas outras sete cidades mineiras são da “linhagem B.1.617.2, classificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma variante de atenção e/ou preocupação (VOC - Variants of concern) sob vigilância mundial, devido à possibilidade de maior transmissibilidade, bem como ausência de estudos que comprovem efetividade dos imunizantes disponíveis até o momento”.
De acordo com a pasta da Saúde em Minas, a investigação dos casos junto aos municípios continua em andamento por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) para avaliação do histórico dos pacientes e seus contatos. “Desta forma, ainda não é possível afirmar que existe transmissão comunitária da variante Delta no estado”, esclarece.
MONITORAMENTO
A Secretaria de Saúde divulgou que “tem ampliado as ações de vigilância genômica do coronavírus e realizado um monitoramento rigoroso dos casos suspeitos da variante (Delta), a fim de coibir a disseminação da mesma no estado. O órgão destaca que, por intermédio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Fundação Ezequiel Dias “está fazendo o monitoramento em tempo real das variantes em circulação no estado”.
“O Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (OViGen-MG) tem realizado o monitoramento semanal das variantes circulantes no estado, através da amostragem aleatória realizada em nove unidades regionais de saúde, escolhidas estrategicamente devido à localização geográfica no território mineiro, totalizando 180 amostras analisadas por semana”, informa a SES. 3e“Além das regionais de saúde selecionadas previamente, o Cievs solicita amostragem para avaliar se há circulação de novas variantes em outras regiões, a partir do acompanhamento dos indicadores que demonstram tendência de aumento de casos”, completa.
A Secretaria Estadual de Saúde salienta que, “para minimizar o risco de disseminação” da Variante Delta do coronavírus, “realiza o monitoramento dos casos confirmados e contatos, além do apoio técnico junto às secretarias municipais e unidades regionais de Saúde para obter mais informações para a investigação epidemiológica”. Informa ainda que tem coordenado o “alinhamento com a rede de laboratórios para fortalecer a vigilância genômica em Minas Gerais, além do contato direto com o Cievs Nacional /Ministério da Saúde para direcionamento das ações em decorrência de casos confirmados”.
Outra estratégia é a aceleração da imunização como medida de prevenção. “É imprescindível que a população que integre os grupos prioritários do Programa Nacional de Imunizações (PNI) não deixe de procurar uma unidade de saúde para a vacinação contra a COVID-19, sem esquecer do reforço da segunda dose, já que só com o esquema completo é possível reduzir a transmissão e evitar a forma grave da doença”, observa a SES, que também chama atenção para as recomendações sanitárias, como o uso correto de máscaras, lavagem das mãos com frequência e evitar aglomerações.
MONTES CLAROS
A Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros informou que o primeiro caso da variante Delta da COVID-19 confirmado no município é de um homem de 30 anos, que teve a infecção na segunda quinzena de julho e já se recuperou. Ele não chegou a sair da cidade.
“Diante da confirmação da variante Delta em Montes Claros, a prefeitura municipal solicita a toda a população que reforce as medidas protetivas contra o COVID-19, mantendo os cuidados do uso da máscara e higienização das mãos. É muito importante a conscientização da população neste momento, mantendo o distanciamento social e evitando aglomerações”, conclama a Secretaria Municipal de Saúde.
A pasta informou ainda que solicitou ao Ministério da Saúde doses extras de vacinas contra COVID para a cidade, para avançar na imunização, “uma vez que (a vacinação) é a maneira mais eficaz para combater o vírus”.
NOVA CEPA NO ESTADO
Confira as cidades que já registram casos da variante Delta
Belo Horizonte (2)
Unaí (2)
Divino (2)
Montes Claros (1)
Carangola (1)
Itabirito (1)
Juiz de Fora (1)
Virginópolis (1)
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