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Estado de Minas Variante Delta

COVID-19: na contramão de Minas, Triângulo registra alta de mortes

Mesmo com números em queda em Minas, estudo da Unifal aponta que a Região do Triângulo Mineiro teve alta no número de mortes e internações por COVID na semana


12/08/2021 23:19 - atualizado 12/08/2021 23:37

Ainda há dúvidas sobre se a imunidade cruzada está contribuindo para controlar a variante Delta no estado (foto: foto: Getty Images/Reprodução)
Ainda há dúvidas sobre se a imunidade cruzada está contribuindo para controlar a variante Delta no estado (foto: foto: Getty Images/Reprodução)
Pesquisa da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) apontou que a Região do Triângulo Mineiro teve crescimento nos números de mortes e internações em decorrência da COVID-19 nesta última semana. Segundo a pesquisa, a variante Delta pode ser a principal responsável pela alta nesses valores.
 
O estudo publicado na terça-feira (10/8) mostra que a Região do Triângulo merece grande atenção por conta desse aumento A explicação para esse momento está relacionada com a circulação da variante Delta.
 
O Triângulo Mineiro apresenta a mesma cobertura vacinal que o estado e a Região Sul, mas durante toda a pandemia foi a região mais atingida pelo contágio em Minas Gerais. A grande interação com o estado de São Paulo também é um fator determinante para o aumento de mortes e internações por conta da COVID-19.
 
O estudo aponta que pelo efeito da vacinação e o grau de imunidade coletiva alcançado, era esperado que o Triângulo Mineiro estivesse em melhor situação. Isso acende o alerta sobre o controle da pandemia, que é ameaçada neste momento com a variante Delta.
 
Para o professor e coordenador da pesquisa, Sinézio Inázio da Silva, há alguns fatores que explicam esse salto nos números da COVID-19 na Região do Triângulo.
 
“Proximidade com um território que tem aumento da circulação da Delta (São Paulo) e também a suspeita de que a Delta esteja presente pelo Triângulo Mineiro”, explica o coordenador.
 
Gráfico da Unifal aponta para o crescimento de mortes e internações na última semana na região do Triângulo Mineiro. (foto: foto: Unifal/Reprodução)
Gráfico da Unifal aponta para o crescimento de mortes e internações na última semana na região do Triângulo Mineiro. (foto: foto: Unifal/Reprodução)

Além do aumento de mortes e internações na região, um dos pontos levantados na pesquisa é o da ‘imunidade cruzada’, que está relacionada a um possível efeito protetor contra a Delta pelo acúmulo do grande número de casos já recuperados da variante Gama, que teve sua origem no Brasil.
 
Não se sabe ao certo se este efeito está controlando a variante Delta, mas segundo Silva, ainda é preciso maiores estudos sobre o assunto, muito por conta desse aumento na Região do Triângulo Mineiro.
 
Mas afinal, o que é ‘imunidade cruzada’?
 
O professor da Unifal explica que a imunidade cruzada é a imunidade desenvolvida quando uma doença acaba ajudando uma pessoa a se proteger de uma outra infecção parecida. Silva usa de exemplo o sudeste asiático, que no início da pandemia teve um efeito menor no número de casos da COVID-19, justamente por conta do contato prévio com outros tipos de coronavírus no passado.
 
Isso pode ter ajudado a população daquele local a criar anticorpos e, especialmente, memória imunológica contra o novo coronavírus. Em relação ao Brasil, que vive aumento da circulação da variante Delta, em um contexto de grande e recente contato prévio com a variante Gama, pode-se especular que defesas criadas contra a Gama possam ajudar um pouco contra a Delta.
 
Isso acontece por que as duas variantes possuem mutações parecidas. Mas, para o professor, isso ainda é muito especulativo. Ainda não há ensaios que fortaleçam ou confirmem totalmente essa hipótese.
 
“A imunidade cruzada é como se um bandido já conhecido fosse careca e barbado, e aí se aparecesse outro bandido de barba e as ‘forças de defesa’ identificassem ele também como um perigo, o combatessem”, explica o professor.
 
A curiosidade nisso tudo fica por conta de que esse é um mecanismo que serve de base para doenças autoimunes também, em que o sistema imunológico reconhece proteínas do próprio corpo como “inimigas”.
 
Situação do estado e Região Sul
 
Os dados da pesquisa são coletados através do ‘Painel de Monitoramento’ da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), e neles, é possível mostrar que tanto o estado como a Região Sul têm evoluído no indicador diário de novos casos.
 
Há quatro semanas, Minas Gerais vêm registrando valores na taxa de incidência diária média de novos casos abaixo do divulgado no início de 2021.
 
Nas últimas sete semanas, o Sul de Minas manteve diminuição na tendência de novos casos. Todas as regionais de saúde apresentaram redução na tendência de incidência, exceto a de Passos que teve estabilidade.
 
A média diária de casos da COVID-19 na semana também continua caindo, indo de 680 para 577 – valor abaixo de 600, o que não ocorria desde 27 de fevereiro deste ano.
 
A tendência de novas internações há duas semanas registra queda no Sul, ficando abaixo das 50 internações em média por dia na semana, foi de 43 para 41.
 
Mesma tendência nas regionais de Alfenas e Pouso Alegre.
 
Passos e Varginha mantiveram estabilidade.
 
Em novos óbitos, a região apresentou queda. Tendência na qual se manteve Varginha, com melhora de estabilidade para queda na regional de Pouso Alegre –  Alfenas saiu de queda para estabilidade e Passos teve crescimento.
 
O número médio de óbitos diários caiu de 17 para 16 na região.
 
Apesar dos números em queda, o estudo observa que há oscilações nos indicadores que se mantêm por todo o estado.
 
Números totais
 
O Triângulo Mineiro confirmou desde o começo da pandemia, 286.143 casos e 7.451 mortes por conta da COVID-19.
 
Já no Sul de Minas foram 289.245 casos e 6.951 óbitos.
 
Ao todo, o estado de Minas Gerais tem 2.012.190 pessoas que se infectaram e 51.614, que morreram por conta do novo coronavírus.
 
Cerca de 49.035 pessoas estão em acompanhamentos neste momento e 1.911.541 se recuperaram da COVID em Minas.
 

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